Psicóloga Mônica Zatta Tonial - Pato Branco/PR
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QUASE. Luiz Fernando Verissimo.

Autor: psiq saúde mental,  Postado em:  segunda, 24 de junho de 2024  
 

Fique encantada com esse texto.... espero que gostem!!!!

 

Ainda pior que a convicção do “não” é a incerteza do talvez e a desilusão do quase.

É o quase que incomoda, que me entristece que me mata, trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver o outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a viver uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom Dia”, quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem para ser feliz.

A peixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria  ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um trás dentro de si.

Não que a fé não mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia a dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão, para fracassos, chances, para amores impossíveis, tempo.

De nada adiante cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo o fim é instantâneo ou indolor, não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque, embora quem quase morra esteja vivo, quem quase vive já morreu.



 


“CONVIDAR NOSSOS PENSAMENTOS E SENTIMENTOS PARA A CONSCIÊNCIA NOS PERMITE APRENDER COM ELES EM VEZ DE SERMOS MOVIDOS POR ELES” Daniel J. Siegel

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:  quarta, 08 de maio de 2024  
 

Convidar nossos pensamentos e sentimentos para a consciência é uma prática essencial para o autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Muitas vezes, estamos tão imersos em nossas próprias mentes e emoções que acabamos sendo conduzidos por elas, sem realmente entender sua origem ou impacto sobre nós. No entanto, quando nos conscientizamos e acolhemos esses pensamentos e sentimentos, abrimos as portas para um processo e aprendizado profundo e transformador.

Ao convidar nossos pensamentos para a consciência, podemos notar padrões recorrentes ou crenças limitantes que podem estar nos impedindo de alcançar nosso potencial. Por exemplo, podemos perceber que tendemos a ter pensamentos autocríticos em determinadas situações, o que afeta nossa autoestima e confiança. Ao trazer esses pensamentos a consciência, ganhamos a oportunidade de desafiá-los e substituí-los por uma perspectiva mais construtiva.

O mesmo principio se aplica aos nossos sentimentos. Ao invés de reprimir ou negar emoções desconfortáveis, como medo, raiva ou tristeza, podemos acolhe-las com gentileza e curiosidade. Isso nos permite compreende melhor suas causas e aprender a lidar com elas de maneira saudável. Em vez de sermos dominados por nossas emoções, nos tornamos capazes de responder a elas com discernimento.

Convidar nossos pensamentos e sentimentos para a consciência é uma prática poderosa que nos permite aprender e crescer em meio aos desafios da vida. Se nos tornamos mais conscientes de nós mesmos podemos cultivar uma maior autenticidade, compaixão e sabedoria em nossa caminhada para o desenvolvimento pessoal.

 



 


“NÃO É O ESTRESSE QUE MATA, MAS SIM NOSSA REAÇÃO A ELE. UM DIAMANTE É APENAS UM CARVÃO QUE SOUBE LIDAR MUITO BEM COM A PRESSÃO” Hans Seyle.

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:  quinta, 02 de maio de 2024  
 

O estresse é uma parte inevitável da vida. Todos nós enfrentamos pressões, desafios e situações estressantes em diferentes momentos. No entanto, o que realmente importa não é os estresses em si, mas como escolhemos reagir a ele.

A analogia do diamante é muito relevante. Um diamante é, de fato, formado a partir do carvão sob intensa pressão e calor nas profundezas da terra. Essa transformação ocorre ao longo de milhões de anos. O que diferencia o carvão de um diamante brilhante não é a sua composição básica, mas como ele lida com as condições adversas ao longo do tempo.

Da mesma forma, nós, como seres humanos, podemos ser submetidos a pressões e estresse. Mas a maneira como respondemos a essas pressões determina nosso crescimento e desenvolvimento pessoal. Algumas pessoas desmoronam sob pressão, enquanto outras florescem e se tornam mais fortes.

O segredo está em cultivar habilidades de enfrentamento mais saudáveis. Em vez de nos deixarmos consumir pelo estresse, podemos aprender a lidar com ele de maneira mais construtiva.

Cultivar uma mentalidade positiva e adaptável diante das adversidades é muito importante. Em vez de ver o estresse come um obstáculo intransponível, podemos encara-lo como uma oportunidade de crescimento e aprendizado.

A saúde mental, neste caso, desempenha um papel crucial. Cuidar do nosso bem estar emocional e psicológico nos ajuda a manter uma perspectiva equilibrada e a lidar melhor com os desafios da vida.

Diante disso, podemos afirmar que não é o estresse em si que nos causa danos, mas sim a maneira como escolhemos lidar com ele. Assim como o carvão se transforma em um diamante sob pressão, podemos nos transformar e crescer em meio aos desafios da vida se aprendermos a navegar por eles com resiliência, determinação e positividade. Em última análise, somos capazes de nos tornar mais fortes e mais brilhante à medida que enfrentamos e superamos as pressões da vida.



 


"NÃO SOMOS MÁQUINAS DE PENSAR, SOMOS MÁQUINAS DE SENTIR QUE PENSAM" Damásio

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:  segunda, 15 de abril de 2024  
 

Somos frequentemente lembrados de que somos seres racionais, capazes de pensar de forma lógica. No entanto, há uma dimensão mais profunda em nossa existência que muitas vezes ignoramos: somos máquinas de sentir que pensam.

A ideia de que somos máquinas de sentir destaca nossa natureza emocional e intuitiva. Nossas experiências emocionais e os sentimentos que experimentamos diariamente influenciam profundamente nossos pensamentos e decisões. Não podemos separar completamente nossos processos mentais de nossas respostas emocionais, elas estão entrelaçadas, constantemente interagindo e moldando nossa percepção do mundo.

Imagine-se diante e uma decisão importante. Não é apenas a lógica que entra em jogo, mas também as emoções que você associa a situação. O medo pode impedir uma escolha arriscada, no entanto o amor pode impulsionar uma decisão que beneficie alguém próximo a você. Nossas emoções agem como filtros em nossos pensamentos, influenciando a maneira como interpretamos informações e como tomamos decisões.

Além disso, somos dotados de uma capacidade incrível de empatia e compaixão. Sentimos profundamente as experiencias dos outros e somos capazes de nos conectar emocionalmente com o mundo a nosso redor. Essa conexão não é apenas uma resposta emocional passiva, ela molda ativamente nossa compreensão do outro e influencia nossas interações sociais e comportamento ético.

Nossas emoções não são apenas reações automáticas, mas também fontes de insights e criatividade. A tristeza pode nos levar a reflexão e introspecção, enquanto a alegria pode nos inspirar a busca de novas experiências, até mesmo a raiva pode ser transformada em energia construtiva quando bem canalizada.

Portanto, afirmar que somos máquinas de sentir que pensam é reconhecer a complexidade e a riqueza de nossa humanidade. Não somos apenas processadores de informações frios e racionais, mas sim, seres dinâmicos cujas emoções e experiências moldam profundamente nossa jornada intelectual. Aceitar e abraçar essa dualidade nos permite compreender melhor a nós mesmos e aos outros, tornando-nos mais completos como seres humanos.



 


VALORIZAR AS PEQUENA COISAS DA VIDA

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:    
 

 

Valorizar as pequenas coisas da vida é uma prática fundamental para cultivar a gratidão e a felicidade no dia a dia. Muitas vezes, estamos tão focados em buscar grande conquistas e momentos marcantes que acabamos deixando passar despercebidos momentos marcantes como o nascer do sol, até um abraço caloroso de alguém querido. São esses instantes aparentemente simples que dão cor e significado a nossa existência.

Ao apreciar os detalhes do cotidiano como o cheiro da chuva, o sabor de uma refeição bem feita, ou o som dos pássaros cantando, somos lembrados que a beleza da vida existe.

Além disso, valorizar as pequenas coisas da vida nos ensina a viver o presente e a cultivar o contentamento independente das situações. A gratidão por cada pequeno momento nos conecta com o aqui e agora.

Portanto, reserve um tempo para apreciar as pequenas alegrias que permeiam o seu dia, seja grato por todas as conquistas, sejam elas grandes ou pequenas. Pois, no fim das contas, são os pequenos detalhes que constroem as memorias mais preciosas.

Sugiro a você que assista no Youtube o vídeo de um livro infantil chamado “A parte que falta”. (JoutJout Prazer).

Adoraria saber a conclusão que vocês, que viram esse vídeo, tiraram.

Espero que gostem!!!!!

(se quiserem mandar seus comentários, pode ser pelo meu WatsApp que está ai, no site)



 


A MORTE É UM DIA QUE VALE A PENA VIVER - DICA DE LIVRO

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:    
 

“No exame físico, consigo avaliar quase todos os órgãos internos de um paciente. Com alguns exames laboratoriais e de imagem, posso deduzir com muita precisão o funcionamento dos sistemas vitais. Mas observando um ser humano, seja ele quem for, não consigo saber onde fica sua paz, ou quanta culpa corre em suas veias junto com seu colesterol, ou quanto medo há em seus pensamentos, ou mesmo se estão intoxicados de solidão e abandono”.

Ana Claudia Arantes escreveu em seu livro “A MORTE É UM DIA QUE VALE A PENA VIVER”.

 

Ninguém gosta de falar sobre a morte e os motivos são óbvios. Primeiro que temos medo de morrer por desconhecer o que vem depois. Segundo, por que não queremos perder ninguém que amamos pela dor que nos causa.

Porém nenhum desses motivos irá nos salvar de passar por essa experiência. A morte é um fato e temos que olhar para ela. A consequência de encarar a morte é que isso nos leva a ter uma vida com mais equilíbrio. Falo do equilíbrio nas escolhas, em não exagerar nas decisões diárias que aceleram o encontro com ela. Exageros como a bebida, cigarro, açúcar, crenças, etc.

Olhar para morte nos faz respeitar mais a vida. Ter uma vida mais consciente e que vale a pena ser vivida.

Não morremos somente no dia de nossa morte. Morremos a cada dia que vivemos conscientes ou não de estarmos vivos. Morremos mais depressa a cada dia que vivemos privados dessa consciência. Morremos antes da morte quando nos abandonamos. Morremos depois da morte quando nos esquecerem. – Ana Claudia Quintana Arantes

O livro nos lembra que nosso tempo é escasso e nos faz uma provocação sobre o por que olhamos tanto o relógio para que chegue logo ao fim do dia. O que estamos fazendo com o nosso tempo? Estamos conscientes do tempo ou estamos no piloto automático?

Esses são questionamentos que mexem com a gente e nos fazem parar para refletir sobre nossos comportamentos e a vida que estamos levando ou não. Morre aquele que deixa de viver todos os dias.

 



 


EXPLORANDO O TRANSTORNO BORDERLINE: ENTRE A TEMPESTADE E A SERENIDADE.

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:    
 

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), muitas vezes referido apenas por Transtorno Borderline, é uma condição mental complexa que afeta profundamente a forma como a pessoa pensa, sente e se relaciona com os outros e consigo mesma. Caracterizado por uma montanha-russa emocional, instabilidade nos relacionamentos interpessoais e uma sensação de vazio interior, o Transtorno Borderline pode ser uma jornada tumultuada para aqueles que o vivenciam.

Para muitos, o Transtorno Borderline é como estar preso em uma tempestade emocional perpétua. Oscilações extremas de humor, que podem variar de euforia a desespero em questão de momentos, são características marcantes dessa condição. A intensidade dessas emoções pode ser avassaladora, deixando as pessoas com esse transtorno, sentindo-se sobrecarregadas e incapazes de regular seus próprios sentimentos.

Além disso, os relacionamentos interpessoais para quem tem o Transtorno de Personalidade Borderline muitas vezes são uma montanha-russa emocional. As relações podem oscilar entre extremos de idealização e desvalorização, levando a uma instabilidade significativa nos vínculos afetivos. O medo do abandono é uma constante, muitas vezes levando a comportamentos impulsivos e desesperados para evitar a rejeição, ao mesmo tempo em que pode desencadear conflitos intensos e turbulentos.

O vazio interior é outra característica central do Borderline. As pessoas afetadas frequentemente relatam uma sensação de vazio emocional, uma falta de identidade sólida e uma busca incessante por algo que possa preencher esse vazio. Essa sensação de vazio pode levar a comportamentos autodestrutivos, como abuso de substâncias, automutilação ou impulsos suicidas, na tentativa de aliviar o sofrimento emocional.

Embora o Transtorno Borderline possa ser desafiador e debilitante, é importante reconhecer que a recuperação é possível com apoio adequado. Terapias como  a Cognitivo Comportamental (TCC) e Terapia dos Esquemas (TE) podem ajudar as pessoas a desenvolver habilidades de regulação emocional, melhorar os relacionamentos e cultivar uma melhor autoconsciência e resiliência.

A compreensão e o apoio da família, amigos e profissionais da saúde mental desempenham um papel crucial no processo de recuperação. Ao enfrentar os desafios do Transtorno Borderline, é fundamental lembrar que há esperança e que, com o tempo, paciência e perseverança, é possível encontrar um caminho para a serenidade dentro da tempestade.

Dica de livro

CORAÇÕES DESCONTROADOS: Ciúmes, raiva, impulsividade. O jeito Borderline de ser.

Autora: Ana Beatriz Barbosa Silva



 


ENTENDENDO OS TRANTORNOS DE PERSONALIDADE: NAVEGANDO PELOS LABIRINTOS DA PSIQUE.

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:    
 

Os Transtornos de Personalidade são complexas condições psicológicas que afetam profundamente a forma como a pessoa pensa, sente e se relaciona com os outros e com o mundo ao seu redor. Eles são caracterizados por padrões persistentes e inflexíveis de comportamento, pensamento e funcionamento que desviam significativamente das expectativas culturais e provocam sofrimento ou prejuízo pessoal.

Esses transtornos são profundamente enraizados na estrutura da personalidade de um indivíduo, moldando sua maneira de ser desde a adolescência ou inicio da idade adulta e continuando ao longo da vida, embora possam apresentar variações em intensidade ao longo do tempo e em diferentes situações.

Existem diversos Transtornos de Personalidade, cada um com suas próprias características distintivas. Entre os mais conhecidos estão o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), caracterizado por instabilidade emocional, relacionamentos intensos e comportamentos impulsivos; o Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA), marcado pela falta de empatia desprezo pelas normas sociais e propensão para comportamentos irresponsáveis e prejudiciais; e o Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo (TPOC), caracterizado por perfeccionismo, rigidez e preocupação excessiva com detalhes.

Os Transtornos de Personalidade não surgem de uma única causa, mas ao influenciados por uma combinação complexa de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Traumas na infância, padrões disfuncionais de relacionamento familiar, predisposição genética e experiencias adversas ao longo da vida podem contribuir para o desenvolvimento dessas condições.

O diagnostico preciso e o tratamento adequado dos Transtornos de Personalidade são essenciais para ajudar as pessoas afetadas a melhorar sua qualidade de vida e funcionamento psicossocial. No entanto, devido a natureza  intrincada desses transtornos e a resistência dos pacientes em buscar ajuda, o processo de tratamento pode ser desafiador e prolongado, envolvendo terapia Cognitivo Comportamental, Terapia dos esquemas, medicamentos e apoio psicossocial.

É importante reconhecer que os Transtornos de Personalidade não definem a totalidade de uma pessoa e que, com o apoio e tratamento adequados, é possível alcançar uma melhoria significativa na qualidade de vida e nos relacionamentos interpessoais. A compaixão, a compreensão e o suporte são fundamentais para ajudar aqueles que enfrentam essas complexas batalhas dentro dos labirintos da psique humana.



 


SÍNDROME DO IMPOSTOR

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:  quinta, 22 de fevereiro de 2024  
 

A síndrome do impostor, também conhecida como fenômeno do impostor, é um fenômeno psicológico que se caracteriza pela sensação persistente de que não se merece o sucesso alcançado, acompanhada pela constante preocupação de que, a qualquer momento, será exposto como uma fraude ou incompetente. Embora muitas pessoas experimentem momentos de dúvida em relação às suas habilidades, a síndrome do impostor vai além disso, afetando significativamente a autoestima e a capacidade de desfrutar das conquistas pessoais e profissionais.

Para muitos que sofrem com essa síndrome, a idéia de que não são “impostores” em suas próprias vidas pode ser avassaladora. Mesmo diante de evidências sólidas de sucesso, como elogios de colegas, promoção no trabalho ou conquistas acadêmicas, essas pessoas ainda se sentem inadequadas e temem ser descobertas a qualquer momento. Essa ansiedade pode levar a um ciclo negativo de autossabotagem, onde o medo de ser considerado um impostor pode levar a um esforço excessivo para provar o próprio valor, resultando em estresse, exaustão e insatisfação constante.

A síndrome do impostor pode afetar qualquer pessoa, independentemente de seu nível de sucesso ou competência. Pode ser especialmente prevalente em ambientes altamente competitivos ou em indivíduos que foram constantemente subestimados ou desencorajados ao longo de suas vidas. Fatores como perfeccionismo, baixa autoestima, comparação constante com outros e medo do fracasso também podem contribuir para o desenvolvimento dessa síndrome.

Felizmente, a síndrome do impostor pode ser superada. A conscientização sobre esse fenômeno é o primeiro passo importante. Reconhecer que esses sentimentos são comuns e compartilhados por muitas pessoas pode ajudar a aliviar parte desse fardo. Além disso buscar apoio de amigos, familiares ou profissionais da saúde mental pode oferecer uma perspectiva objetiva e encorajamento durante os períodos de dúvida e insegurança.

Praticar a autocompaixão e o perdão pessoal também é essencial. Aceitar que ninguém é perfeito e que o sucesso é um processo continuo de aprendizado e crescimento pode ajudar a reduzir a pressão autoimposta de ser sempre perfeito”. Desenvolver uma mentalidade de crescimento, focada em aprender com os erros e desafios, em vez de vê-los como evidências de incompetência, também pode ser extremamente útil.

Em ultima analise, superar a síndrome do impostor requer trabalho interno e paciência consigo mesmo. É um processo gradual e continuo de mudança de perspectiva e construção de confiança em suas próprias habilidades e realizações. Lembre-se de que você não está sozinho nessa jornada e que é possível aprender a reconhecer e valorizar seu próprio valor, independentemente das dúvidas  que possam surgir pelo caminho.



 


EMOÇÕES - ALEGRIA

Autor: Monica Zatta Tonial ,  Postado em:  sexta, 12 de janeiro de 2024  
 

A alegria, uma das emoções mais radiantes e reconfortantes, colore nossas vidas com tons vibrantes de bem-estar e contentamento. Este sentimento efervescente vai além da simples felicidade momentânea; é uma celebração profunda e duradoura que transcende circunstâncias específicas. A alegria não está vinculada apenas a eventos extraordinários, mas é uma resposta genuína à apreciação da vida em sua totalidade.

Quando a alegria se instala em nossos corações, ela se manifesta de diversas maneiras. É o calor que irradia quando compartilhamos momentos especiais com entes queridos, a faísca que acende em nossos olhos ao contemplar a beleza da natureza, ou a serenidade que nos envolve quando nos dedicamos a atividades que nos trazem satisfação pessoal.

A alegria é uma emoção contagiosa, capaz de criar laços mais profundos entre as pessoas. Seja expressa através de risos espontâneos, sorrisos radiantes ou olhares cheios de gratidão, a alegria conecta corações e fortalece os laços emocionais. Ela é capaz de transformar até os momentos mais simples em experiências significativas, infundindo um brilho especial na jornada diária.

A busca pela alegria muitas vezes nos leva a descobrir a importância da gratidão e do viver no momento presente. Ao reconhecer e apreciar as pequenas alegrias cotidianas, como um pôr do sol deslumbrante ou uma conversa animada, somos levados a um estado de contentamento que transcende as preocupações diárias.

É importante notar que a alegria não é um estado constante, mas sim uma experiência fluida que se entrelaça com outras emoções ao longo da vida. Ela pode surgir mesmo em tempos desafiadores, oferecendo resiliência e uma perspectiva positiva que nos ajuda a superar obstáculos.

Cultivar a alegria muitas vezes envolve uma jornada interna de autoconhecimento e aceitação. Ao permitir-se vivenciar e celebrar a alegria, você nutre um espaço emocional que contribui para uma vida mais plena e equilibrada. A alegria é mais do que uma simples emoção; é um farol luminoso que ilumina nosso caminho, proporcionando significado e vitalidade à jornada da existência.



 


EMOÇÕES E TERAPIA DO ESQUEMA

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:    
 

A terapia do esquema é uma abordagem psicoterapêutica que visa identificar e modificar padrões disfuncionais de pensamento e comportamento enraizados desde a infância. No contexto dessa terapia, os sentimentos desempenham um papel crucial, uma vez que muitos dos esquemas disfuncionais estão profundamente ligados a emoções mal processadas e necessidades não atendidas.

Os esquemas são padrões emocionais duradouros que se desenvolvem durante a infância e continuam a influenciar a maneira como uma pessoa percebe o mundo e interage com ele. Na terapia do esquema, o foco nos sentimentos é essencial para compreender a origem e a manutenção desses padrões, proporcionando aos indivíduos a oportunidade de explorar suas emoções de maneira mais profunda.

Durante as sessões de terapia do esquema, o terapeuta ajuda o cliente a identificar e compreender os sentimentos que surgem em diferentes situações. Isso envolve a exploração das emoções primárias, como tristeza, raiva, medo e alegria, bem como das emoções secundárias, que são reações derivadas das emoções primárias. Por exemplo, a raiva pode ser uma resposta secundária a emoções mais vulneráveis, como a tristeza.

A expressão adequada e a compreensão dos sentimentos são fundamentais para a modificação dos esquemas disfuncionais. Ao reconhecer e validar suas emoções, os indivíduos podem começar a desafiar padrões prejudiciais de pensamento e comportamento. A terapia do esquema utiliza técnicas específicas, como o diálogo entre partes (trabalhando com diferentes partes da personalidade do cliente) e a recriação de experiências passadas para facilitar a reprocessamento emocional.

Além disso, a terapia do esquema também aborda as necessidades emocionais não atendidas da infância, buscando fornecer ao cliente a oportunidade de satisfazer essas necessidades de maneira mais saudável e adaptativa. Isso contribui para a construção de um "Eu saudável" capaz de lidar com as demandas da vida de maneira mais eficaz.

Em resumo, os sentimentos desempenham um papel central na terapia do esquema, sendo essenciais para a identificação, compreensão e modificação de padrões disfuncionais. Ao explorar as emoções de forma cuidadosa e estruturada, os indivíduos podem iniciar um processo de cura emocional e desenvolvimento pessoal, alcançando uma vida mais plena e satisfatória.



 


APEGADOS - DICA DE LIVRO

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:  quarta, 02 de agosto de 2023  
 

Apegados nos mostra como a ciência pode ajudar no campo das relações sentimentais.

Na obra somos apresentados aos estudos que os autores fizeram da teoria do apego, de John Bowlby. A tal teoria divide todos os seres humanos em três diferentes estilos de apego: ansioso, evitante ou seguro. Da combinação dos diferentes tipos de apego depende o sucesso ou o fracasso dos relacionamentos amorosos.

O livro tem uma linguagem simples, e é pautado em exemplos da vida real (fruto de pesquisas dos autores). Por ser dividido em partes, torna a leitura mais prática e esclarecedora. Na introdução há uma explicação sobre o que é a teoria do apego, fazendo analogias para demonstrar que as brigas, sumiços ou casos de relacionamentos bem-sucedidos têm por trás dos fatos a forma com que as pessoas reagem aos acontecimentos e que as reações são padronizadas pelo tipo de apego (ansioso, evitante ou seguro) que as pessoas envolvidas têm.

E como usar todas estas informações ao seu favor? Este livro nos leva a refletir sobre como nos comunicamos em nossos relacionamentos e sobre como podemos lidar com os conflitos que surgem no cotidiano.

Pode-se dizer, portanto, que conhecer a teoria do apego adulto é também uma viagem de autoconhecimento e de conhecimento do nosso parceiro. Ao ler Apegados, esta viagem se torna divertida, prazerosa e extremamente compensadora.

 



 


EXERCÍCIO FÍSICO X TRANSTORNOS ALIMENTARES

Autor: Janaina Basso (Personal Trainer CREF 015620 - PR),  Postado em:  quarta, 10 de maio de 2023  
 

O exercício físico irá atuar em duas frentes distintas quando o assunto é combate e tratamento dos transtornos alimentares. Estas duas principais frentes são; Biológicas e Auto Imagem.

As alterações Biológicas possuem caráter bioquímico que, através das liberações hormonais e adaptações neurológicas afetam de maneira positiva todos os indivíduos.

 Após uma atividade física de intensidade moderada ou alta, o individuo é capaz de liberar em seu organismo alguns hormônios conhecidos como “hormônios da felicidade”; o principal representante é a ENDORFINA (liberado pela hipófise ele é considerado um analgésico natural e fortalecedor do sistema imune), ele promove ao praticante uma sensação de bem estar e recompensa.

Quando pensamos em transtornos alimentares não podemos deixar de ressaltar os hormônios que controlam a fome e à saciedade – GRELINA E LEPTINA (eles são responsáveis por alertar nosso corpo quando está na hora de comer ou parar). Ambos têm uma relação desacerbada tanto na BULEMIA NERVOSA (BN) quanto no TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR PERIODICA (TCAP). E ao contrário do que se pode imaginar, na ANOREXIA NERVOSA (AN) os pacientes sentem a fome, porém não comem.

Já quando pensamos nos benefícios do exercício físico relacionado a Auto Imagem não podemos deixar de pensar no emagrecimento, mas eles vão muito além disso! O exercício físico quando bem orientado consegue promover mudanças nos hábitos dos praticantes, ao ponto que o mesmo consiga enxergar seu corpo, com a importância que merece. Sendo assim percebe que a saúde está em primeiro plano e não os padrões impostos como belo ou perfeito.        

O tratamento deve ser multidisciplinar, isso ninguém discute, porém não se tem muitos estudos do papel do exercício físico como tratamento, é claro que em cada transtorno ele pode atuar de maneira benéfica e satisfatória.

BN, nesses casos o exercício físico ajuda no controle de peso do paciente de forma saudável, melhorando a relação do indivíduo com seu corpo, aumentando a massa muscular e mantendo o metabolismo acelerado, afim de que o paciente perceba formas mais saudáveis e duradouras de ter um corpo sadio. Ele também atua como fator social, já que o exercício físico pode ser feito em grupos ou em ambientes abertos e acolhedores.

TCAP, quando falamos em compulsão alimentar percebemos que os pacientes consomem uma quantidade de calorias exagerada em um curto período de tempo, então o exercício físico regular é um importante aliado no controle de peso corporal, através de atividades de predominância aeróbica com ênfase em grande consumo calórico e aumento no metabolismo. Já pensando nas liberações hormonais o controle do apetite e da ansiedade podem ser muito benéficos para a manutenção do peso e redução das crises de ansiedade, mantendo um estilo de vida mais ativo e saudável.

AN, esses são os casos mais delicados relacionados ao exercício físico, pois alguns pacientes se utilizam dele como uma ferramenta para a perda de peso exagerado. Então a abordagem deve ser relacionada ao controle de estresse e da ansiedade, incluindo em um primeiro momento atividades mais curtas priorizando alongamentos e exercícios sem uma grande demanda energética. Somente após um primeiro passo no tratamento, aonde o paciente volte a ter uma ingesta calórica mais adequada ele poderá voltar a uma rotina de treinos enfatizando o ganho de massa muscular e saúde.

Janaina Basso
Personal Trainer
CREF: 015620-PR



 


BULIMIA NERVOSA (BN) x ANOREXIA NERVOSA (AN) x TRANSTORNO DE COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA (TCAP).... QUAL A DIFERENÇA?

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:  quarta, 03 de maio de 2023  
 

Existem diversos tipos de transtornos alimentares, porém os mais comuns são a Bulimia Nervosa (BN), Anorexia Nervosa (AN) e Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP).

 

A Bulimia Nervosa (BN) é um transtorno crônico, com altas taxas de recaída, e com prevalência entre 1 % a 1,5% da população. O quadro começa a ser construída a partir de um episódio de compulsão alimentar, que normalmente aparece no decorrer de uma dieta para emagrecimento. No início, esse sintoma pode ter relação aparente com a fome, mas posteriormente, quando o ciclo de compulsão alimentar já está instalado, ocorre em todo tipo de situação que gera sentimentos negativos (frustração, tristeza, ansiedade, tédio, solidão). 

O comportamento resposta na (BN) é a angustia excessiva com a incapacidade de tolerar a frustração, de não conseguir seguir as próprias regras alimentares. Após desencadeada a crise compulsiva, os atos compensatórios “aliviam” a sensação de fracasso.

Os alimentos são bons ou ruins. Nunca haverá adequação para os ruins. Qualquer quantidade deles justifica aproveitar até o máximo que for possível suportar, já que de qualquer forma será eliminado com atos compensatórios.

Uma característica típica do quadro de (BN) é o ato ingerir uma quantidade exagerada de alimentos, muito acima do que outros indivíduos consumiriam, e de maneira muito rápida. Isso traduz a falta de controle sobre seu próprio comportamento. O sentimento de culpa surgido pela falta de controle leva a adoção de comportamentos compensatórios para tentar impedir o ganho de peso.

Portanto, é um transtorno caracterizado por compulsão alimentar repetida, seguida por comportamentos que buscam compensar os excessos cometidos, como vômitos forçados, exercícios excessivos, jejum ou uso frequente e indevidos de laxantes, diuréticos e outros medicamentos. 

 

A Anorexia Nervosa (AN) é um transtorno alimentar que afeta, com maior frequência adolescentes e adultos jovens do sexo feminino. A pessoa com esse problema de saúde apresenta uma acentuada perda de peso, associada a comportamentos extremos em relação à nutrição. É comum haver também um medo exagerado de ganhar peso e uma visão distorcida do próprio corpo. Achando-se acima peso, mesmo quando estão magras. É um transtorno alimentar crônico com alto índice de recaída e sua prevalência é de 0,4% da população.

A (AN) é um transtorno alimentar que se caracteriza por alterações extremas no hábito alimentar do indivíduo, associadas a comportamentos que visam à perda de peso. O indivíduo alimenta-se mal, geralmente fazendo dietas severamente restritivas e ficando grande períodos em jejum. Pode também fazer uso de medicamentos laxativos (que estimulam a eliminação das fezes) e inibidores de apetite, bem como provocar vômitos e praticar exercícios de forma exagerada.

Na (AN), o paciente visualiza uma versão distorcida do seu corpo. Vale destacar que pessoas com (AN) recusam-se a manter o peso dentro dos limites considerados saudáveis para idade e para a altura. Nessas pessoas, não há perda de apetite, mas sim um controle totalmente voluntário a respeito da quantidade de alimento que deve ser ingerida.

Existe dois tipos de (AN):

  • Tipo restritivo: o paciente apresenta, principalmente, comportamentos exagerados com relação ao controle da alimentação e à prática de exercícios a fim de obter o emagrecimento. No que diz respeito à alimentação, o indivíduo realiza, por exemplo, dietas muito restritivas, alimenta-se poucas vezes ao dia e permanece longos períodos em jejum.
  • Tipo compulsão periódica/purgativa: o indivíduo apresenta comportamentos não apenas relacionados com a redução da alimentação e prática constante de exercícios, mas também realiza uso abusivo de laxantes e de inibidores de apetite, além de induzir vômitos.

Uma visão distorcida do corpo pode causar inúmeros problemas ao indivíduo.

As mulheres com (AN) podem apresentar ainda a amenorreia, ou seja, a ausência de menstruação (pelo menos três ciclos seguidos). Além disso a (AN) pode desencadear outras consequências graves, uma vez que o organismo passa a receber menos nutrientes para suprir suas necessidades. São exemplos: anemia, constipação, redução do nível de alguns hormônios e aumento de outros, alterações na função hepática, hipocalemia (baixa quantidade de potássio), convulsão, problemas cardíacos, complicações decorrentes da realização excessiva de exercícios, depressão, pressão baixa, entre outros. Vale destacar que a (AN), se não tratada, pode até mesmo levar à morte.

É importante destacar que tanto na (BN) quanto na (AN) o risco de suicídio está presente.

 

O Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) é um padrão recorrente, ou seja, acontece com frequência e está associado à perda de controle. Quando pensamos em compulsão alimentar ou comer compulsivo, estamos nos referindo à pessoa que comem grande quantidade de alimentos rapidamente, perde o controle e não consegue interromper a refeição mesmo quando se sente estufada ou plenamente saciada.

Ou seja, o (TCAP) difere de uma vontade de comer algo em específico ou perda de controle isolada. O transtorno é marcado por episódios recorrentes e intensos de descontrole associados a questões emocionais e sempre seguidos do sentimento de culpa.

Diferentemente da bulimia os episódios de compulsão alimentar não são seguidos por comportamentos compensatórios (purgação), ainda que a ingestão seja de muitos alimentos em um curto período de tempo.

A vontade de comer chega e o descontrole toma conta. Mas o que resta depois dos episódios compulsórios é o sentimento de culpa. A maioria das pessoas que sofrem do transtorno sabem que extrapolaram e sentem peso na consciência. Isso acontece ainda mais com quem passar por dietas restritivas e perdem o controle profundamente pelo desespero de ficar sem comer.

Muitas pessoas que sofrem de doenças psicológicas como depressão e ansiedade, ou que estão passando por momentos difíceis na vida, encontram na comida a válvula de escape para todas as angústias e frustrações emocionais. A fome emocional vem pra suprir a falta, seja ela de emoções positivas, de afeto ou de vontades. Quem sofre de doenças psicológicas como depressão ou ansiedade, tem uma grande propensão ao comer compulsivo.

O transtorno alimentar compulsivo é o mais frequente dos transtornos alimentares na população geral, com prevalência de 3,5% em mulheres, e 2% nos homens, trazendo grande risco à saúde física e mental. É bastante comum que existam risco de transtornos psiquiátricos em geral e risco de obesidade e sobrepeso.

 

Para finalizar, o tratamento para os transtornos alimentares necessita de um trabalho multiprofissional, que deve ser conduzido por psiquiatra, psicólogo, nutricionista e clinico. Esses profissionais devem atuar conjuntamente para melhor prognóstico do paciente.

Devido aos transtornos psiquiátricos que estão diretamente envolvidos nos transtornos alimentares, o acompanhamento terapêutico é de extrema importância. Destaco aqui, a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) que nesses casos tem se mostrado com grande eficácia.

A TCC visa uma intervenção direta que ajuda o paciente a superar seu distúrbio de imagem corporal, diminuir as práticas rígidas de dieta ou atividade física, facilitar o aumento saudável do peso e modificar o sistema disfuncional de crenças associados a aparência, ao peso e a alimentação.

A TCC atua em fatores cognitivos, emocionais e comportamentais. Assim, compreende o transtorno alimentar de maneira global e oferece uma intervenção objetiva e orientada por metas.



 


TRANSTORNOS ALIMENTARES

Autor: Monica Zatta Tonial,  Postado em:  quinta, 27 de abril de 2023  
 

“Estamos frente a um transtorno alimentar quando a atitude em relação a comida e ao peso se transforma naquilo que rege conduta.” (Hercovici, 1997).

Os transtornos alimentares são condições graves relacionadas a comportamentos alimentares persistentes que afetam negativamente sua saúde, suas emoções e sua capacidade de funcionar em áreas importantes da vida. Os transtornos alimentares mais comuns são anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e transtorno da compulsão alimentar periódica (TCA)

Os aspectos psicológicos desse transtorno podem ser individuais como perfeccionismo, dicotomia (tudo ou nada) e baixa auto estima. Também podem ter aspectos familiares como ausência de resolução de problemas, superproteção e rigidez.

Os transtornos alimentares também podem ser influenciados por aspectos culturais e sociais.

Os atuais padrões de beleza adotados ditam normas de magreza incompatíveis com um comportamento alimentar saudável. É a cultura das designações, mais uma vez, adoecendo a população com rigidez de conceitos não fundamentados cientificamente. O sugestionamento está implícito, inclusive, na mudança de imagem de ícones de beleza, sensualidade e força.

A maioria dos transtornos alimentares envolve o foco excessivo no peso, no formato do corpo e nos alimentos, levando a comportamentos alimentares perigosos. Esses comportamentos podem afetar significativamente a capacidade do seu corpo de obter nutrição adequada. Os distúrbios alimentares podem prejudicar o coração, o sistema digestivo, os ossos, os dentes e a boca e levar a outras doenças.

Os transtornos alimentares geralmente se desenvolvem na adolescência e na idade adulta jovem, embora possam se desenvolver em outras idades. Com o tratamento, você pode retornar a hábitos alimentares mais saudáveis e, às vezes, reverter complicações graves causadas pelo transtorno alimentar.

Para o melhor êxito no tratamento para os transtornos alimentares é recomendável que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar que envolve psicólogo, psiquiatra, clinico e nutricionista.

Durante as próximas semanas, irei detalhar sobre cada um dos transtornos alimentares para sua maior compreensão.... espero que gostem!!!!!



 


FALANDO SOBRE SAÚDE FÍSICA E MENTAL FEMININA

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:    
 

Precisamos falar sobre a saúde física e mental feminina.

A mulher contemporânea conquistou o direito de realizar suas próprias escolhas e passou a ocupar e desempenhar diferentes funções, seja no mercado de trabalho, no ambiente acadêmico, ou chefiando suas carreiras e suas famílias. E, embora tenha conseguido conquistar sua independência e autonomia, na prática ainda é responsável pelas tarefas domésticas e educação dos filhos. 

Assim, o dia a dia da mulher se transformou em uma multiplicidade de papéis, impactando em uma jornada dupla, ou até tripla de trabalho. O resultado é que muitas dessas mulheres se veem sobrecarregada de tarefas e responsabilidades, e a rotina da maioria delas é bem estressante.

Quando se trata de saúde mental feminina, podemos destacar os seguintes fatores:

  • A pressão para dar conta de todas as obrigações atribuídas tipicamente às mulheres (maternidade, casamento, casa e trabalho);
  • Maior suscetibilidade ao estresse em razão da jornada de trabalho;
  • Alterações hormonais durante o período menstrual, as quais causam mal-estar e oscilações de humor;
  • Alterações hormonais na gravidez e puerpério e menopausa;
  • Problemas com imagem corporal;
  • Relacionamentos tóxicos;
  • Condição financeira;
  • Suscetibilidade a sofrer violência, acarretando traumas psicológicos;
  • Preconceito no ambiente profissional e acadêmico; e
  • Pressões sociais e crenças culturais em relação ao papel da mulher na sociedade.

A consequência de todos esses fatores, recheados de preocupações e estímulos é um aumento significativo da ansiedadedepressão, síndrome de burnout e outras condições psicológicas. Normalmente, as pessoas só percebem que a sua saúde mental está ruim quando começam a sofrer sintomas intensos dessas enfermidades.

E como fica o bem-estar e a qualidade de vida em meio a esse turbilhão de cobranças, responsabilidades, ansiedade e rotina puxada? Como lidar com tudo isso sem sofrer os impactos na saúde física e emocional?

Então, infelizmente não existe uma formula mágica para isso. A boa notícia é que se você se permitir a algumas mudanças no seu dia a dia com certeza haverá conquistas significativas em sua vida.

Para começar, a autoestima é de extrema importância. A autoestima feminina faz parte de um processo de construção diária, onde devemos investir em nossa saúde física, saúde emocional, autocuidado. É possível aprender a valorizar todas as nossas qualidades sem gerar cobranças excessivas. Pare com a idéia de ser uma “super heroína” ou a “mulher maravilha”, que tem que dar conta de tudo... não!!!! Você não precisa dar conta de tudo.

Faça terapia. Geralmente não percebemos que andamos no modo automático. Compreenda seus pensamentos, seus sentimentos e seus comportamentos. Falar com um psicólogo sobre seus problemas pode ajudar muito.

Pratique meditação, pois pode aliviar o estresse, diminuir a ansiedade e ajudar com a depressão. Cinco minutos de prática diária são suficientes para fazer você se sentir melhor.

Distribua o seu tempo entre demandas profissionais, afazeres domésticos, tempo com a família e tempo para você. De preferência, cultive um passatempo divertido e gratificante, que te dê prazer.

O cuidado com a saúde física é igualmente indispensável. Mulheres devem fazer consultas periódicas para investigar o estado da sua saúde, assim como realizar os exames anuais que identificam o câncer de mama e o de câncer de colo de útero. Não deixe esse compromisso para depois!

Praticar exercícios físicos pelo menos três vezes por semana é outra forma de cuidar da saúde do seu corpo. Se você não gosta de musculação, procure fazer dança ou pilates, ou praticar um esporte coletivo.

Nem todo mundo gosta de atividades físicas, mas elas são importantes para o funcionamento dos nossos órgãos, fortalecimento da nossa musculatura e produção de hormônios da felicidade – dopamina, endorfina – que preservam a nossa saúde mental.

Tenha uma vida social sauável. Além de socializar com quem você gosta, como amigos, colegas de traabalho e familiares, é se certificar que todos esses vínculos fazem bem a você. Afaste-se de pessoas tóxicas, procure estar perto de quem te faz bem!!!

Para finalizar, desejo um feliz dia das mulheres e espero que esse texto possa colaborar para que você tenha uma vida mais tranquila e feliz.



 


SILÊNCIO.... uma ferramenta para o autoconhecimento.

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  segunda, 30 de janeiro de 2023  
 

O Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa considera o silêncio como:

1. Ausência completa de som ou de ruído; calada.

2. Estado de quem se cala ou se abstém de falar.

3. Estado de quem se recusa a ou está impossibilitado de manifestar suas idéias, suas opiniões.

4. Qualidade ou caráter do que é tranquilo; calma, sossego.

Ao contrário do que possa parecer, muitas vezes o silêncio tem muito a dizer, carregando em sua aparente falta de palavras uma intensidade enorme de sentimentos, uma grande carga emocional, às vezes mais significativa do que uma enxurrada de palavras.

O silêncio pode acalmar, ferir, amparar ou violentar. Em algumas ocasiões pode trazer paz, em outras, tempestades. O silêncio também pode corresponder à reflexão, a um turbilhão de pensamentos pulsando dentro de nós.

Às vezes, o silêncio é solidão, vazio, dor e tristeza. Outras vezes, o silêncio é desistência, quando se chega à conclusão que não vale a pena insistir em algo ou alguém, tentar convencer, clamar por atenção e reciprocidade. Pode também significar desapego, libertação, livramento. Esvaziamento de algo que já não faz mais sentido.

Também pode o silêncio refletir felicidade, certezas, convicção e força. Sabermos os momentos certos para calarmos e guardarmos para nós aquilo que pensamos nos salva de problemas dispensáveis.

Nem sempre estamos prontos para expressar nossos pontos de vista, nem sempre conseguimos verbalizar o que queremos, o que temos dentro de nós e muitas vezes nos privamos de conflitos quando optamos por não falar.

O ideal seria que pensamento e palavras convivessem harmonicamente, de forma que um não atropelasse o outro ou a nós mesmos, colocando-nos em situações constrangedoras, por impulso. Palavras, após ditas, não voltam mais, deixando suas marcas.

Quando o silêncio tem o objetivo de calar sentimentos fortes, pode internalizar angústias e nos fazer mal, diminuindo nossa confiança e vitalidade. Quando, porém, é uma atitude pensada e voltada para o autocuidado, pode ser valioso e nos auxiliar a caminhar com mais leveza rumo aos nossos objetivos.

O silêncio é uma ferramenta importante de autoconhecimento em qualquer época da vida. 

Vivemos em um mundo inundado de estímulos, com muito ruído de todas as formas, não só sonoros. Então, no momento em que você consegue se silenciar, se fechar um pouquinho, ao se proteger um pouco de todos esses estímulos, e ficar um pouco quieto, na verdade, você está aprendendo a ficar com você mesmo. 

Parece difícil? Para algumas pessoas, é mesmo, pois o silêncio deixa tudo às claras.  O silêncio revela a solidão, revela o que estiver dentro do coração saudade, luto, tristeza. 

O silêncio é uma ferramenta potente para o autoconhecimento, pois nos permite entrar em contato com o nosso som interior que podem ser essenciais para encontrar soluções e respostas para as questões que nos afligem todos os dias. 

Se começarmos ver o silêncio como uma arte, tão importante quanto a criatividade, podemos encaixar todas as informações que recebemos e guardamos nas nossas “gavetas internas”, criando o nosso próprio conhecimento. 

Talvez seja importante inserir momentos de silêncio no nosso dia a dia. Pense nisso! Estar presente no que você está fazendo, principalmente no seu corpo, nas sensações. É um jeito muito legal de baixar esse volume pensante e excessivo. 

Escolha então momentos do dia em que você pode fazer atividades em silêncio e lembre-se de valorizar isso ao longo do dia. Não esqueça que: para ter silêncio, a gente precisa escolher o silêncio. Não espere o melhor horário, não precisa achar um espaço ideal, porque a vida vai sempre ocupar todos os espaços, portanto você tem de criar esse espaço.  

O silêncio é um ato de amor de nós para nós mesmos, é um ato de cuidado, de gentileza, de escuta, de confiança na nossa existência.  Que tal nos encorajar para mergulhar, praticar e criar esse lugar?

 

 

  



 


BENEFÍCIOS DOS TRABALHOS MANUAIS PARA A SAÚDE METAL

Autor: EQUIPE PSICQ,  Postado em:  quinta, 20 de outubro de 2022  
 

Com o estresse do dia a dia, cada vez mais pessoas estão buscando atividades para se distrair.  Uma delas é o artesanato, que inclui atividades manuais como o tricô, crochê, tecelagem, cerâmica, bordado, macramê entre outros.

Os trabalhos manuais visam a idealização e concentração, exige um esforço criativo que reflete nos detalhes, que tornam cada peça única. As vezes um hobby, outras, uma fonte de renda. O artesanato se faz presente na vida de milhares de pessoas.

Tem aquelas que produzem o material, e aquelas que não abrem mão de ter uma peça exclusiva, feita com todo o carinho e minúcias que só o artesanato tem. Porém, você sabia que o impacto positivo de um trabalho manual, coligado com a arte, afeta diversas partes do nosso corpo e principalmente a mente?   

Pois é... essa prática trabalha a concentração, equilibra o emocional e desenvolve a criatividade. Esses são fundamentos que o artesanato e trabalhos manuais estimulam com a prática. Essas ações atuam no cérebro como uma forma de pausar suas rotinas habituais, inclusive como forma de introspecção para melhorar a saúde emocional e manter o equilíbrio. 

Fazer trabalhos manuais é um passatempo muito interessante com o qual podemos exercitar o cérebro. É uma excelente terapia para combater o estresse e a depressão, uma vez que aumentam a sensação de bem-estar e promovem o relaxamento.

Sua prática regular melhora o desenvolvimento de habilidades motoras finas, criatividade e até mesmo a autoconfiança e a autoestima.

Além disso, é uma maneira de sair da rotina diária e de se desconcentrar dos problemas que nos causam angústia, ansiedade e outras emoções pouco saudáveis.

Exercitar o cérebro, nos proporciona habilidades cruciais para as atividades que fazemos todos dos dias.

Passar alguns minutos por dia tecendo, pintando, desenhando ou fazendo qualquer outra atividade artística manual é considerado um tipo de “manutenção cerebral”.

Embora muitos ignorem isso, o cérebro é o que mais tira benefícios das habilidades necessárias para realizá-los.

Aqueles que os praticam regularmente se concentram com mais facilidade e aumentam sua capacidade criativa e imaginativa trazendo benefícios para a saúde emocional.

Tais tarefas melhoram o humor e a comunicação social, ajudando a construir a confiança.

Isso é porque levam ao relaxamento e impõem um desafio para o cérebro, que tem que trabalhar para resolvê-los da melhor maneira.

Na prática, os cinco sentidos são aguçados e as habilidades motoras são fortalecidas, especialmente nas mãos, além de aumentar o sentimento de felicidade e relaxamento, consequentemente reduz o estresse e aumenta a capacidade criativa.

Estudos demonstram que os artesãos que fazem o seu trabalho três ou mais vezes por semana se sentem mais calmos, felizes e menos ansiosos do que aqueles que fazem menos.

Este tipo de trabalho envolve a concentração no desafio proposto e, ao mesmo tempo, pensamentos internos em uma única tarefa.

Por outro lado, ajuda a ter mais paciência no momento de desenvolver um projeto e querer alcançar um objetivo. A pessoa se torna mais persistente e aumenta sua segurança para superar os obstáculos. 

Trabalho manual é um treinamento cerebral. Indivíduos que pintaram, esculpiram, fotografaram e desenharam na meia e terceira idade são 73% menos propensos a desenvolver transtorno cognitivo leve do que aqueles que não o fazem.

Os praticantes de artesanato também reduzem o risco de demência em até 45% em comparação com aqueles que não praticam essas atividades. 

Portanto, o artesanato beneficia o cérebro porque:

  • Representa um desafio mental e conduz à resolução de problemas.
  • Melhora as conexões sociais.
  • Aumenta a concentração
  • Promove o desenvolvimento da coordenação, percepção espacial e habilidades motoras finas.
  • Serve para aprender e ensinar.
  • Concentra a atenção ou pensamentos em um único trabalho.
  • Incentiva a imaginação e a criatividade.
  • Protege a memória e reduz o risco de deficiência mental.
  • Facilita a aprendizagem e as técnicas de relaxamento, meditação e ritmo.
  • Serve como tratamento alternativo para a depressão ou o estresse.

Ainda que a saúde do cérebro dependa de muitos outros fatores, a prática regular dessas tarefas pode ser benéfica a longo prazo.

Portanto, o artesanato é uma terapia relaxante que ajuda a melhorar a saúde mental, o bem-estar e a atividade cerebral.

Será que você se anima pôr em prática essa dica?

 

 



 


PORQUE MUDAR É TÃO DIFÍCIL...

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  segunda, 10 de outubro de 2022  
 

A sociedade atual está atravessando um processo de mudança em sua essência e mudar significa motivar-se para o movimento, isto é, nosso sistema nervoso deve trabalhar em nosso favor, compondo redes neurais que favoreçam a mudança de modo positivo.

Sendo assim, quando falamos em mudança, nos referimos a sair do conforto do conhecido e do habitual, seja em uma relação (social ou amorosa), trabalho ou mudanças físicas.

Porém, na verdade, somos bastante resistentes a mudança pela familiaridade que desenvolvemos com nosso padrão e nossas memórias já consolidadas, pois tais experiências nos provam a todo momento que permanecer no habitual é o correto.

Geralmente, o que nos é conhecido não precisa ser mudado, até que comece a causar algum sofrimento. Muitas perturbações psicológicas iniciam porque o indivíduo tem que se adaptar a uma nova condição, porém, isso precisa de disposição, além de tempo para investir em um processo de mudança.

Nossa memória tem um papel muito importante no nosso processo de mudança. Pois ela é responsável por decodificar, recuperar os eventos passados e lembrar os eventos futuros, tudo o que já faz parte do processo de memória só precisamos acessar, pois não existe a conscientização e planejamento do que fazer.

Nesse sentido, “um hábito é um tipo de memória consolidada sobre a qual nós temos menos consciência, ou seja, executamos algo a partir do piloto automático”.

Nosso cérebro é projetado para lidar com mudança, pois trata-se de um processo evolutivo, entretanto, quanto menos nos conscientizamos desse processo, menos intencional ele se torna e mais difícil ele fica.

Então, o processo de mudança fica prejudicado, uma vez que é mais difícil nos adaptarmos as demandas ou usar criatividade para chegar à resolução de um problema. Ficamos presos no mesmo padrão e procrastinamos a mudança.

Para exemplificar o q foi dito até agora, gostaria que você se imaginasse em um labirinto. Quanto mais você tenta acertar o caminho, mais em direção ao interior do labirinto você vai. Em um certo momento, você se sente estressado, ansioso, com medo e, muitas vezes, triste, pois todas as saídas parecem fechadas.

Dentro desse contexto, quando uma situação toma conta de sua vida é natural que as emoções venham à tona.

Agora, imagine viver em um constante labirinto. De um jeito ou de outro, você se adapta aquilo, porém, deixa de perceber qual é sua postura e não pensa como se houvesse um outro padrão. A dificuldade de mudar existe porque não refletimos sobre nossas atitudes, já que estamos no piloto automático.

A vida é feita de transformações e quanto mais resistimos a isso, mais difícil é a aceitação. Todas estas situações implicam em voltar suas energias para concretizá-las, ou seja, é preciso um investimento mental, sentimental e comportamental para tal.

Mudar requer um conjunto de habilidades emocionais e racionais, pois, assim, tais mudanças realmente serão profundas e não superficiais. O processo de mudança vai além de um processo emocional, ele é biológico e físico, já que envolve fatores que nem sempre partem da força de vontade. Basicamente, são pequenos passos que podemos dar diariamente focando a mudança desejada.

Sendo assim, para realizar mudanças é importante ter em mente um processo longo e, em alguns momentos, falhos. Dessa forma, vale saber que as condições memorizadas e familiares ao seu cérebro serão a força contrária ao objetivo. Por isso, comece a mudar mesmo que seja difícil, porque iniciar um processo pode lhe trazer a confiança para continuar.

Tudo bem falhar durante um processo de mudança. Tudo bem faltar coragem. Não é preciso culpar-se por isso, às vezes, nem tudo é preto no branco.

É preciso ter um objetivo específico para realizar a mudança. Seja uma semana, um mês ou um ano. Tente trazer para sua realidade. Se há uma dificuldade em executar uma tarefa, seja ela emagrecer ou melhorar sua comunicação em seu relacionamento, tenha claro que não será em dois dias que isso se construirá. Seja gentil com você mesmo.



 


VAMOS FALAR SOBRE AMIZADES TÓXICAS?

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  segunda, 19 de setembro de 2022  
 

É claro que bons relacionamentos interpessoais foram associados a uma maior percepção de felicidade e mais saúde ao longo da vida.

Hoje falaremos especificamente sobre um tipo de amizade que não gera bem-estar e muitas vezes está associado a emoções desagradáveis de se sentir, vamos falar sobre amizades tóxicas.

Os relacionamentos abusivos podem surgir tanto em relações amorosas, familiares quanto em amizades. Por isso é preciso estar atento e conhecer os sinais que indicam que um relacionamento está sendo abusivo para você.

O termo amizade tóxica é comumente utilizado para se referir a amizades que estão causando sofrimento. É importante destacar que essas relações podem afetar sua autoestima, seu estado mental e físico.

Precisamos ficar atentos a alguns sinais que possam nos indicar se estamos em uma amizade tóxica ou não.

Quando existe excesso de criticas, devemos nos perguntar: Qual o papel de um amigo? Dar apoio está entre eles, certo? Sabemos que críticas construtivas são importantes dentro de uma boa amizade, sempre utilizando respeito e empatia, entretanto, em amizades tóxicas, um sinal para se observar é o excesso de críticas e ausência de compreensão.

A imposição de uma única vontade pode fazer você se sentir que seus desejos e preferências não são atendidos, sendo que as vontades de seu amigo sempre prevalecem sobre as suas.

Em uma amizade tóxica pode haver muita competitividade. Seu amigo celebra suas conquistas com você ou tenta superá-las?

Muitas vezes você pode se sentir invalidado quando conta sobre seus problemas ou quando diz como você se sente em alguma situação. Há pouca troca e pode ser que você não receba atenção quando você fala.

Pode ser que haja ciúmes excessivo quando você está na companhia de outras pessoas, amigos ou familiares.

Cobranças excessivas de atenção, afeto e disponibilidade também podem existir nesse relacionamento.

Caso você tenha percebido que tem uma amizade que está te trazendo sofrimento, compreenda esses sinais e tome as decisões que fizerem mais sentido para você nesse momento.

Em uma amizade o diálogo é muito importante, você já tentou falar como se sente? Uma dica é que você evite utilizar rótulos e seja claro sobre o que você espera do outro.

Além disso, é importante que você estabeleça limites. Entenda o que é saudável para você e quais são os pontos específicos que estão prejudicando sua saúde física e emocional. É importante que você tenha clareza desses limites, para que você também possa colocá-los em suas relações.

Caso você já tenha tentado, mas perceba que atualmente o melhor seja se afastar dessa amizade, não se culpe por isso, a mudança dessa relação também depende da outra pessoa envolvida, de sua vontade e esforço. Às vezes se afastar é necessário!   

É importante ter uma amizade saudável, isso não quer dizer que não haverá conflitos ou desentendimentos, afinal, isso é normal e esperado em relacionamento. Porém, o que determina a qualidade dessa amizade é a forma de lidar com esses conflitos, a presença de reciprocidade, afeto e a empatia com o outro, fatores que faltam em uma amizade considerada tóxica.

Ter boas relações é muito importante e tem um impacto significativo em nossa qualidade de vida e sensação de bem-estar, sendo que a qualidade das nossas relações é muito mais significativa do que a quantidade de amigos em si. Por isso, o foco deve ser em desenvolver relações saudáveis! 

Sempre é importante lembrar que caso você precise de ajuda para lidar com amizades abusivas ou para desenvolver relações positivas, buscar auxílio profissional é uma opção, você não precisa lidar com isso sozinho!

 



 


O QUE SÃO PENSAMENTOS INVASIVOS

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  quarta, 07 de setembro de 2022  
 

Os pensamentos invasivos, são descontroles, pensamentos inadequados que surgem em nossas mentes e não conseguimos afastá-los com facilidade. Para a maioria das pessoas, os pensamentos invasivos são apenas um inconveniente passageiro que elas conseguem ignorar sem maiores dificuldades. Eles são pensamentos normais que ocorrem como forma do nosso cérebro interpretar riscos e se preparar para situações de perigo.

Certamente todos nós já experimentamos, em diferentes graus, algum tipo de pensamento invasivo. Às vezes eles podem se manifestar como aquele famoso “já pensou se…” e vários pensamentos absurdos surgem.

Nem todos pensamentos invasivos são perigosos, mas quando esses pensamentos são em sua esmagadora maioria negativos eles podem estar ligados a um medo ou experiência negativa, como um trauma que não foi processado. Esses pensamentos invasivos em grande frequência podem ser relacionados à ansiedade, já que procuram antecipar situações, podendo gerar preocupações desnecessárias e nervosismo.

O estresse e pensamentos negativos podem se misturar na sua cabeça e fazer uma bagunça nos seus pensamentos. Por isso é tão difícil manter esses pensamentos sob controle. Parece que, quanto mais tentamos não pensar, mais facilmente eles aparecem. E quando estamos sob estresse, eles surgem com maior facilidade.

Todos somos fisgados por pensamentos inesperados que às vezes grudam na nossa cabeça. Então, todos estamos sujeitos ao descontrole do pensamento.

Esses pensamentos em geral abordam temas sensíveis ou polêmicos, de origem sexual ou violenta, é comum que as pessoas sintam vergonha e não contem para médicos, psicólogos ou outras pessoas.

Precisamos exercitar o lembrete de que, pensamentos são só pensamentos, não significa que sejam verdadeiros, eles não retratam a realidade.

De forma geral, todos nós temos pensamentos invasivos, porém quando eles trazem ideias assustadoras, pensamentos violentos e preocupações excessivas, eles podem sinalizar que algo na nossa saúde mental não está bem.

Quando esses pensamentos estão ligados a algum tipo de alteração mental, eles são mais perigosos e prejudiciais, impactando na vida e bem estar da pessoa.

Porém, é importante ressaltar um detalhe: é impossível controlar absolutamente todos nossos pensamentos. É preciso lembrar que esses pensamentos não são necessariamente um reflexo do nosso ser. Ao dar importância para esses pensamentos, estamos de certa forma convidando o nosso cérebro a ficar remoendo esses pensamentos inadequados.

Se você percebe que pensa frequentemente em certos problemas a fim de buscar soluções, não é necessário se preocupar. É normal que nossos pensamentos “andem em círculos” ao redor de uma questão a ser resolvida. Porém, quando esses pensamentos repetitivos não vão a lugar nenhum ou causam sofrimento desnecessário, é um sintoma que esses sejam pensamentos invasivos.

Esses pensamentos na grande maioria das vezes não trazem soluções, apenas trazem preocupações e sensações ruins. São temores que geram mais inquietações, causando desconforto e ansiedade. Por isso, buscar ajuda de um profissional da saúde mental é muito importante.

Dito isso, pensamentos invasivos causam uma extrema autocrítica e apresentam interpretações terríveis sobre o que pode acontecer. É normal que, junto aos demais desconfortos, sentimentos como vergonha e baixa autoestima surjam também.

É comum que, ao ter esses pensamentos, as pessoas tentem evitar as situações que causam o seu surgimento. Essa é uma tática ruim para lidar com este problema, tendo em vista que não busca uma solução.

Ao identificar esses padrões, é fortemente aconselhável buscar a ajuda da psicoterapia para decidir qual a melhor forma de abordar um tratamento para os pensamentos invasivos, priorizando a qualidade de vida da pessoa.

Os sintomas dos pensamentos invasivos podem estar ligados à ansiedade, depressão, bipolaridade, transtorno obsessivo compulsivo – TOC, transtorno de estresse pós trauma – TEPT. Esses pensamentos podem se manifestar de diversas maneiras:

  • Envolver o medo de se machucar, ou ferir outra pessoa, propositalmente ou não;
  • Fantasias perturbadoras e inadequadas, inclusive sobre atividades sexuais;
  • Pensamentos violentos envolvendo morte ou suicídio;
  • Pensamentos trágicos relativos a si mesmo ou conhecidos;
  • Preocupação constante com detalhes como trancar portas ou manter as coisas organizadas;
  • Repetição de rituais que trazem alívio após serem executados;
  • Medo excessivo de contrair ou transmitir doenças;
  • Necessidade exagerada de limpeza, organização e simetria.

Experimentar esses pensamentos em um grau menor não é motivo para preocupação. Porém, se são recorrentes e trazem desconforto, é necessário vencer a vergonha de admitir a sua existência e procurar ajuda profissional.

Exatamente por este motivo, a ajuda profissional de um psicólogo é tão indicada para o tratamento das questões que possam estar por trás das origens desses pensamentos invasivos.

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é a mais indicada para esse tipo de problema. Através das técnicas terapêuticas, a terapia vai ajudar a pessoa a encarar os pensamentos invasivos. Uma grande parte da terapia consiste em identificar os gatilhos desses pensamentos invasivos e ensinar maneiras saudáveis e eficazes de responder a eles.

A psicoterapia vai ajudar a encontrar os melhores caminhos para aprofundar sua autoconfiança e proporcionar formas saudáveis e efetivas de enfrentar esses pensamentos.

Certifique-se que está adicionando hábitos saudáveis à sua rotina e mantenha a terapia em dia! Com a ajuda de um psicólogo, você vai aprender como lidar com pensamentos invasivos, identificando as causas e encontrando soluções para enfrenta-los.

Portanto, investir na psicoterapia é fundamental! Lembre-se que o tratamento, assim como em qualquer outro tratamento psicológico exige paciência, participação e engajamento.



 


Técnica mnemônica A.C.A.L.M.E.-S.E. - para lidar com a ansiedade / ataques de pânico

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  domingo, 10 de julho de 2022  
 

A técnica mnemônica A.C.A.L.M.E-S.E é usada como uma ferramenta para lidar com os pensamentos e sensações que ocorrem durante um Ataque de Pânico.

A técnica foi desenvolvida por Bernard Rangé, psicólogo clinico voltado para a terapia cognitivo comportamental, que considera que o mal estar do indivíduo durante o Ataque de Pânico como o medo de morrer sufocado ou de ataque cardíaco, ou medo de perder o controle ou ficar louco e até desmaiar, na verdade são consequências dos pensamentos que o indivíduo tem a partir de suas sensações. 

E a maior evidência disso é que essas sensações nunca foram ou são confirmadas.

Cada letra da palavra A.C.A.L.M.E.-S.E. representa um passo necessário para o manejo adequado de uma situação percebida como ameaçadora, como a iminência de novas sensações corporais.

É importante lembrar que só é possível considerar os sintomas ou sensações como uma crise de Ansiedade ou de Pânico após avaliação clínica para afastar qualquer problema fisiológico.

 

A - Aceite a sua ansiedade.

No dicionário o significado da palavra aceitar é “consentir em receber”. Concorde em receber as suas sensações de ansiedade. Mesmo que possa parecer um absurdo no momento, aceite as sensações em seu corpo.

Não brigue com essa emoção, nem tente evitar. Só aceita.

Imagine que é uma visita que chegou em sua casa ou no seu trabalho, alguém que você não gosta. Que assim como chega, vai embora.

Fingir que nada está acontecendo, ou ficar irritado por estar assim, ou ainda tentar não se sentir assim só prolongará o desconforto.

Pense no visitante, ele está ali, não dá para negar, ficar irritado não fará ele ir embora, fugir de casa também não.

 

C - Contemple as coisas à sua volta.

Use os órgãos dos sentidos para avaliar o ambiente. Veja cores, formatos, odores, consistência... Preste atenção no que está ao seu redor.

Não olhe para dentro, olhe para fora, você não é a sua ansiedade.

Você vê cores, sente cheiros, toca objetos, você é mais do que o que você está sentindo nesse momento.

Aceite e sinta a ansiedade, mas lembre-se que você não é ela. Seja um observador, do externo e do interno. Sem julgamento. Apenas sinta, olhe, contemple.

A - Ação - Aja com sua ansiedade.

Continue o que você estava fazendo quando os sintomas iniciaram, mesmo que seja necessário manter um ritmo menor, mantenha a atividade.

Mantenha a ação.

Não fuja. Não paralise.

Logo passa, já passou outras vezes.

Logo o visitante irá embora.

Continue agindo, no seu ritmo, mesmo que devagar!

 

L - Libere o ar de seus pulmões, bem devagar!

Respire de forma profunda e lenta.

A forma ideal de respirar pode ser definida por você, gostaria de sugerir 2 técnicas:

1) Puxe o ar pelo nariz e solte pela boca, devagar, em 3 segundos (conte 1001, 1002, 1003), segure o ar por 3 segundos (contando novamente 1001, 1002, 1003), solte o ar em 6 segundos (contando 1001, 1002, 1003, 1004, 1005, 1006). É bom contar com o 1000 junto para dar 1 segundo em cada número.

2) Puxe o ar pelo nariz e solte pela boca, devagar, em 5 segundos (conte 1001, 1002, 1003, 1004, 1005), e solte o ar em 5 segundos (contando 1001, 1002, 1003, 1004, 1005). Encha o pulmão lentamente até a barriga levantar, até deslocar o diafragma, e depois solte lentamente.

O importante é respirar de forma lenta e profunda, como conseguir ou como se adaptar melhor.

 

M - Mantenha os passos anteriores.

Continue.

Aceitando a ansiedade.

Contemplando o ambiente externo.

Agindo na velocidade em que conseguir, mantendo as tarefas.

Liberando o ar dos pulmões lentamente.

Repita cada um, passo a passo.

 

E- Examine seus pensamentos.

Avalie o que você está pensando.

Se há motivos reais para Pânico ou Ansiedade.

Nem tudo o que pensamos é verdadeiro.

Você já passou por isso outras vezes.

O visitante desagradável já esteve presente e foi embora outras vezes.

 

S - Sorria, você conseguiu!

Você passou por isso!

Você conseguiu!

O visitante desagradável foi embora.

 

E - Espere o futuro com aceitação.

Ter Ansiedade é normal.

Todo mundo tem Ansiedade. É uma emoção necessária para nos preparar para situações novas ou inusitadas.

Caso a Ansiedade provoque sintomas, ou caso tenha novas crises de Pânico.

Pense que você já lidou com isso outras vezes. Que vai passar, como já passou.

Lembre-se do visitante inesperado, ele vai embora. Ele não é você.

Não sofra por antecedência, quando e se acontecer você já sabe como lidar com tudo isso!



 


Psicologia x Psiquiatria

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  domingo, 03 de julho de 2022  
 

Psicólogos e psiquiatras são profissionais de saúde habilitados para tratar de questões psíquicas e mentais.

A psicologia e a psiquiatria são duas áreas da saúde mental que se complementam. O acompanhamento das duas técnicas para pacientes que possuem algum sinal de transtorno mental é essencial para buscar melhores alternativas de tratamento. Apesar de possuírem esses encontros, são áreas distintas que possuem divergência de técnicas e modelos terapêuticos.

Primeiramente, é preciso definir que a psicologia e a psiquiatria possuem parâmetros opostos durante a sua formação como profissional. Isso porque na graduação em psicologia, os psicólogos trabalham o comportamento e processos mentais, como emoções, sentimentos, razão e pensamentos. Através de conversas e técnicas psicoterápicas variadas.

O psicólogo também possui o treinamento para atuar com técnicas psicodinâmicas que contribuirão para que o paciente possa se autoconhecer e, como consequência, consiga entender seus conflitos internos, seus pensamentos, seus sentimentos e seu comportamento. Além disso, o profissional formado em psicologia não está permitido a medicar o paciente, pois não possuem estudo sobre medicamentos, como o profissional de psiquiatria.

O psiquiatra possui graduação em medicina e posteriormente realiza residência ou especialização na área da psiquiatria. Como formação médica, o psiquiatra possui um amplo conhecimento sobre a parte biológica e física do paciente. Por isso é habilitado a diagnosticar disfunções e transtornos mentais, como por exemplo, depressão, esquizofrenia, bipolaridade e ansiedade.

O psiquiatra, por conhecer as atividades neurais e cerebrais do indivíduo, estará habilitado a prescrever os medicamentos adequados para a pessoa que está passando por um período de fragilidade na saúde mental. Além de que o psiquiatra na sua formação possui um amplo conhecimento sobre medicações, sabendo quais serão os efeitos que um medicamento pode causar no indivíduo que está em fase de tratamento.

Apesar de possuírem metodologias de tratamento e diagnósticos diferentes, são duas profissões extremamente complementares. As duas possuem como dever compreender e colaborar com a saúde mental dos indivíduos e podem ser efetivas para o tratamento completo de pacientes que possuem algum distúrbio.

Um paciente que está à procura de resolver algum transtorno mental e primeiramente resolve procurar um psicólogo terá um tratamento voltado para a compressão de seus conflitos internos, entrando em contato com seus pensamentos e sentimentos. Caso o psicólogo entenda que apenas este tratamento não está sendo eficaz, pode encaminhar o paciente diretamente para um psiquiatra que realizará um diagnóstico do distúrbio e poderá receitar um medicamento adequado.

Como pode acontecer ao contrário. Os medicamentos não são capazes de promover o alivio dos sintomas do paciente. Sendo assim, um psiquiatra pode recomendar o tratamento acompanhado de com um psicólogo. O profissional será capaz de entender o que está acontecendo com o paciente.

Sendo assim, pode-se dizer que a psicologia e psiquiatria são atividades que andam de mãos dadas. É errôneo separar a emoção da anatomia, bioquímica, fisiologia dos seres humanos. Os dois tratamentos, quando aliados, podem garantir a manutenção de uma saúde mental com mais qualidade e resultados mais duradouros para o paciente.



 


Psicq - Saúde Mental

Autor: Mônica Zatta Tonial e Audrey Gotardi,  Postado em:  domingo, 03 de julho de 2022  
 

Não há como falar de Saúde, sem falar em Saúde Mental.

Ser saudável não é apenas não ter doenças, assim como cuidar da saúde mental não é apenas para aqueles que estão adoecendo. Nosso corpo é nossa ferramenta para viver no mundo, e nossa mente comanda nosso corpo. Portanto, falar sobre saúde mental é, entre outras coisas, falar sobre você. Falar sobre suas doenças, medos, solidão, desespero, angustias, vulnerabilidades... É não esconder ou negar suas dores. O sofrimento faz parte da vida humana.

A escolha não é entre sofrer ou não sofrer. A verdadeira escolha é como lidaremos com o sofrimento. É aceitar toda a sua existência e necessidades pois tudo isso faz parte da vida humana. É romper com estigmas, crenças e buscar por você, por seu bem estar. Desta forma, nosso objetivo é também diminuir o estigma em relação à saúde mental, é auxiliar cada pessoa a refletir, identificar e validar as origens de seu sofrimento para, a partir daí, estabelecer possíveis atitudes de vencê-lo, pensar além da doença, olhar para o paciente como alguém que confia o cuidado de sua saúde em nossa equipe, alguém com particularidades que devem ser respeitadas e incluídas no tratamento.

Nós da Psicq - Saúde Mental abraçamos uma visão de saúde mental ampla e apreciativa tanto das necessidades quanto das capacidades humanas. Entendemos que nossa atuação enquanto profissionais sempre está aliada à ética, respeito e acolhimento do ser humano. Nesta jornada, nossa equipe busca constantemente atualizações, com o objetivo de melhor atender aos pacientes, com conhecimentos adequados através do referencial teórico, aliados a cientificidade para melhoria de nosso trabalho e acolhimento das necessidades de forma aprofundada, embasada, criteriosa e com muita congruência.

A Clínica busca sempre oferecer o conhecimento e experiência de profissionais especializados e para isso conta com a psicóloga Mônica Zatta Tonial, com vasta experiência e dedicação em Terapia Cognitivo Comportamental e Terapia do Esquema, e com a psiquiatra Audrey Gotardi  com profundo conhecimento e atuação em Psiquiatria Clínica e Neuromodulação - Estimulação Magnética Transcraniana.

Porém, por mais que se tenha comprovação científica, infelizmente a busca por ajuda mental segue cercada por muitos mitos e estigmas. Ainda temos muita gente que continua a encarar esse movimento com vergonha, medos e desconfianças. 

Nossos sofrimentos psiquiátricos/psicológicos ainda não são completamente validados e acolhidos pois são encarados como “coisa de louco, de fracos, de falta do que fazer” e nesse processo, o que muitos de nós infelizmente fazemos, é continuar guardando nossas angustias e sofrimentos. Negamos e não dividimos. Não pedimos ajuda por que apoiamos o coro do preconceito, acreditamos que pedir ajuda nos faz fracos, menores, diferentes. Temos vergonha de nos mostrar tristes, de mostrar necessidades e de sentir dor. E nesse mundo, mantido pelas aparências, pelo olhar do outro, por belos perfis, onde as pessoas nos mostram corpos perfeitos, filhos perfeitos, viagens perfeitas, sorrisos perfeitos, enfim, vidas invejavelmente perfeitas, acabamos acreditando e desejando alcançar esse lugar onde tudo o que nos é mostrado aparenta constante felicidade e perfeição sem perceber que com isso, com essa negação, estamos criando uma armadilha pois negando nossas dores afastamos também a possibilidade de enfrenta-las. Contudo, apesar do preconceito, os transtornos mentais existem, causam muito sofrimento e quando não cuidados podem ser incapacitantes e/ou levar a morte. Estes, não são uma frescura, e muito menos sinal de fraqueza. São transtornos neuropsiquiátricos profundos e debilitantes. São doenças que merecem ser tratadas para melhorar a qualidade de vida e a funcionalidade no dia a dia.

É importante procurar ajuda, seja quando encaminhado por algum profissional, por um ente querido ou por escolha própria. Sabemos também, que um processo de mudança é bastante difícil pois transformar padrões de funcionamento e crenças elaboradas ao longo de uma história de vida exige auto responsabilidade e confiança além de muito esforço e persistência de ambas as partes. Sabemos, que é necessário muita força e coragem para sentir um medo destruidor e mesmo assim enfrenta-lo. Para nós, quando uma pessoa procura atendimento, o que está em foco é sempre a relação, o vínculo entre o profissional e seu cliente. O objetivo é acolher o ser humano de forma integral, considerando além das prováveis doenças e queixas. Criar um relacionamento de confiança e segurança, pois entendemos que são ingredientes essenciais nos processos de mudança. Precisamos falar disso!!!!

O preconceito e a desinformação produzem um grande abismo em torno da saúde mental e nós só seremos capazes de combater isso quando nos permitirmos falar abertamente sobre isso. Para sair desse abismo você não está sozinho, você não precisa estar sozinho pois ao se permitir procurar e pedir ajuda você está dando o primeiro e grande passo na caminhada de transformação de sua vida.



 


TEMPERAMENTO, PERSONALIDADE E CARÁTER... Qual a diferença?

Autor: Monica Zatta Tonial,  Postado em:  domingo, 27 de fevereiro de 2022  
 

Temperamento, personalidade e caráter têm conceitos distintos, mas totalmente interligados.

Talvez por esse motivo as pessoas tendem a confundir cada um deles e muitas vezes criam estereótipos ou realizam julgamentos por conta dessa confusão. Por isso, é importante compreender um pouco mais a diferença sobre cada um.

Dando inicio a este texto, vamos falar primeiramente sobre o temperamento, por se tratar de um componente psíquico e inato, genéticamente herdado. Ainda assim não deve ser tratado como algo que não pode ser mudado. As experiências da vida, principalmente na infância, (com mais relevância na primeira infância), irão construir novas tendências no modo do indivíduo ser e agir no mundo. Estudos mostram que não há como reverter 100% a nossa tendência genética. Por exemplo: uma pessoa que nasceu com tendência a baixa extroversão, poderá ser uma pessoa sociável, mas jamais será aquele indivíduo que se destaca dos demais pela sua desinibição.

 Já a personalidade, são padrões mais estáveis e arraigados no modo de cada um se comportar, emocionar, pensar e se motivar, é construída durante a infância e parte da adolescência. Neste processo, o recém-nascido vem com uma série de tendências comportamentais, emocionais e cognitivas (incluindo potencial intelectual) sobre a qual todas as suas vivências e aprendizagens (influência do ambiente) se somarão, resultando nas características mais duradouras e globais de sua personalidade.

Desta forma, a personalidade compõe o resultado final do ambiente sobe a base inata do temperamento. Isso porque a partir do nascimento, o indivíduo pode ter suas tendências temperamentais, (biológicas) potencializadas, minimizadas ou consolidadas.

Portanto, personalidade é um conjunto individual e única. Ela reúne um conjunto de condutas, emoções e cognições que irão compor um padrão de comportamento da pessoa. Simplificando, a personalidade de cada indivíduo é formada pelo temperamento (base biológica-genética dos comportamentos) e todas as influências das aprendizagens ambientais a partir do nascimento (caráter e demais aprendizagens).

A personalidade pode ser modificada pelos acontecimentos da vida, mas, a partir do momento que esta construída de forma mais estável, fica mais difícil de muda-la.

Para finalizar, o caráter pode ser moldar de acordo com o desenvolvimento, sendo que a educação e a cultura podem interferir neste resultado. Ele é parte da personalidade, desenvolvido por meio da experiência e aprendizagem. Seriam valores em ação ligados as consequências de nossas experiências no mundo. Portanto, caráter são todos as componentes mais previsíveis de nossas reações morais em contextos interpessoais, nossas regras e respeito aos outros. São características que foram aprendidas ao longo da vida.



 


A DOR DA INFERTILIDADE

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:  segunda, 24 de janeiro de 2022  
 

Nascemos, crescemos, namoramos, nos divertimos, viagens, férias, faculdade, mercado de trabalho, casamento, filhos. Idealizamos nossas vidas, projetamos. A gente espera do mundo e o mundo espera de nós.

Dentro desses projetos muitas pessoas idealizam a construção de uma família. 1, 2, 3, 5 filhos, não importa. Sonham em ter a alegria de uma criança, preenchendo a casa.

Procurar um médico, não fazer mais uso de métodos  contraceptivos, fazer tudo o que precisa ser feito para esperar o tão sonhado bebe, mas, passa 2 meses, 3, 4, passa 1 ano e nada. A preocupação se inicia. O que há de errado? O que está acontecendo comigo? Será que sou eu ou meu parceiro, ou os dois? Perguntas e mais perguntas. Todas sem respostas até que uma bateria de exames começa a fazer parte da sua vida. Como sei de tudo isso?.... sei porque vivi isso por 13 longos anos.

Cria-se a expectativa que tudo se resolva rapidamente, que encontrem a causa para que se possa tratar. Porém quando se trata de ciclo ovulatório as coisas não são bem assim. A paciência precisa reinar, linda e majestosa esperando mensalmente para que os exames possam ser feitos pois tudo gira em torno do ÓVULO.

Foram vários os procedimentos aos quais fui submetida, histeroscopia, controle hormonal, controle ovolatório, inseminações, exame pós coital (pelo nome nem preciso dizer o quanto foi constrangedor) e o pior, histerossalpingografia... não parece um palavrão? Pois para mim foi.

Esse é um pequeno resumo da minha jornada medica, investigar a causa da minha infertilidade.

Pois bem, fui revirada de ponta cabeça e nada foi encontrado dentre as causas médicas conhecidas (trompa normais, ovulação normal, útero sem nenhuma malformação, sem indícios de endometriose, fator masculino descartado também) que pudesse justificar ou então, nada de tão grave que não pudesse ser tratado. Fiz tudo o que meu médico pediu. TUDO.

O tempo foi passando, e apesar da dor física de alguns procedimentos, minha maior dor era a emocional.

Expectativa, dor emocional, decepção. Expectativa, dor emocional, decepção. Isso se tornou um ciclo, mês após mês de tentativas frustradas da maternidade.

Como se não bastasse todo esse processo de investigação e dor, ainda existia (o que eu pensava no momento) uma cobrança de amigos, vizinhos, família. Até quem não te conhece pergunta como estão as coisas com relação a filhos. Mulheres gravidas apareciam aos milhares, o q até então nunca havia chamado a atenção. Pasmem, mas até a Xuxa e a Angélica ficaram gravidas naquela época (risos). As pessoas querem ajudar de alguma forma. Ensinam simpatias, falam que fulana tomou xarope com ovo de pata e engravidou e até hoje não entendo porque, mas acreditem... eu tomei. Cheguei a ouvir que era melhor eu desistir e aceitar a vontade de Deus... pode isso? Se Deus nos deu um cérebro pensante, inteligente, nos deu a capacidade para avançar tecnologicamente, proporcionou aos médicos o conhecimento através de pesquisas que comprovavam que SIM essa possibilidade existia, então porque raios eu desistiria?

Algumas pessoas falam pra você esquecer, relaxar, que quando conseguir tirar isso da cabeça o bebe virá. Entendo que não há maldade em dizer isso, ao contrário, acredito que é a forma que encontram para tentar ajudar. Mas pergunto, como faz isso? Existe alguma formula mágica que faça alguém esquecer algo tão importante? Algo que te consome a cada busca de um exame negativo? E foram vários.

Falar para uma pessoa depressiva que ela precisa se ajudar, não resolve nada. Concordo que ela precisa se ajudar, mas simplesmente ela não sabe como fazer. O mesmo acontece quando se fala para um casal que quer engravidar que é só esquecer que tudo dará certo, não tem como, não dá para esquecer.

Já não se faz mais amor, se faz bebe. Períodos mecanizados, cronometrados, com data e hora para iniciar o coito, então me diz, como esquecer?

Vivenciar a dor da infertilidade não é nada fácil, dói na alma.

Entender essa dor é a melhor forma de ajudar alguém que passa por essa situação. Expressar gestos e palavras que confortem, que agreguem. Indicar profissionais e deixar que escolham se vão ou não a final a escolha é do casal. Você fez a tua parte. Deixar a pessoa falar sem querer resolver as coisas ou dar opiniões que mais atrapalham do que ajudam... simplesmente escute.

Aconselho a procurar ajuda especializada. Eu procurei, achei extremamente necessário cuidar da minha saúde mental, pois tive vários momentos de desanimo e tristeza. Não desistam, procurem até o último recurso.

 Eu consegui, tenho um filho lindo de 14 anos. Sou e serei eternamente grata as pessoas que estiverem comigo nessa jornada, mas minha maior gratidão é a mim e ao meu marido que nunca, em nenhum momento perdemos a esperança.



 


Luto e Ansiedade

Autor: Mônica Zatta Tonial,  Postado em:  domingo, 16 de janeiro de 2022  
 

 

 

O luto muda nosso corpo e nossa mente de maneira estranha. A capacidade cognitiva não é a única função cerebral que fica confusa. A ansiedade, quer seja novidade ou conhecida desde antes da perda, é um problema enorme no luto.

As sensações de ansiedade são normais para quem sobreviveu a uma perda ou a um trauma intenso. Durante o luto, o mundo inteiro pode parecer um lugar inseguro, que exige vigilância constante, procurando sinais de problemas, resguardando-se de mais perdas. Você ensaia o que faria se ficasse de novo diante de um trauma impensável.

Se você está lutando contra a ansiedade durante o luto, talvez tenha tentado se acalmar com pensamentos positivos, lembrando tudo que há de bom ao redor ou reafirmando a segurança da vida cotidiana. Mas essas coisas não funcionam quando você já viveu o improvável. Acidentes, mortes inesperadas, eventos horríveis, impensáveis... essas coisas acontecem. Conosco, comigo, com você. Ansiedade, luto são uma combinação perigosa. A vigilância constante pode parecer o único caminho. O perigo espreita em toda parte. A perda está sempre esperando. Você precisa se preparar.

O problema é que em vez de ajuda-lo a se sentir seguro, o medo perpétuo, cria uma vida estreita, difícil, dolorosa, que não é mais confiável. O futuro passa diante de nossos olhos em um fluxo de eventos horríveis. Não conseguimos dormir por causa da ansiedade, e a ansiedade piora porque não estamos dormindo. É uma roda gigante de temores, tentativas de racionalização e lembranças do que deu errado.

A ansiedade é exaustiva. É uma droga. A ansiedade é nitidamente ineficaz para administrar o risco e prever perigo. A maioria dos nossos medos nem se quer se realizam.

Se a ansiedade é tão ruim em prever a realidade, porque ficamos ansiosos? O que há na ansiedade que a faz parecer tão real, tão lógica e impossível de desligar?

Na verdade, nossa mente funciona imaginando situações perigosas. Somos programados para visualizar na segurança da mente coisas que não arriscaríamos com o corpo físico.

O cérebro é um mecanismo interno de sobrevivência através da resolução de problemas o que nos dá a sensação de estarmos seguros. Mas, depois de uma morte ou uma perda gigantesca, todo esse conceito de “segurança” vai por água abaixo.

Você não pode contar com antigos confortos de acreditar que é improvável que seus temores se realizem. Você não pode se apoiar no risco estatisticamente baixo de certas doenças ou acidentes acontecerem. Só porque viu seus familiares há meia hora não significa que eles ainda estejam bem agora. Quando a segurança básica do mundo já falhou com você, como é possível senti-la outra vez?

Não que a ansiedade esteja errada; ela só não é eficaz em criar a segurança que você procura. O negócio é o seguinte: não importa o que sua ansiedade diga, ensaiar o desastre não deixará você em segurança. Verificar repetidamente como estão as pessoas para garantir que elas ainda se encontram seguras jamais provocará um sentimento duradouro de segurança.

Como a ansiedade é um mecanismo de sobrevivência que descarrilhou, não adianta apenas querer parar com isso... se você negar seus temores, eles vão fazer mais barulho ainda. É difícil aplicar lógica em um sistema baseado no medo. Em vez de suprir os medos ou tentar freneticamente tornar seguro o mundo ao redor, existem outras formas que podem aumentar seu sentimento de segurança.

Lembre-se que a ansiedade é uma reação cerebral do sistema nervoso, é biológico. Portanto, cuide do seu organismo. Dormir, cuidar da alimentação, descansar, praticar atividade física, pode reduzir boa parte da ansiedade.

Praticar autoconfiança também pode ajudar muito neste momento. Mas, você pode se perguntar: “como ter autoconfiança se eu perdi de verdade?”. Em casos de acidente, suicídio, perda pré-natal etc., essa pergunta é bem pertinente. Mas o que não ajuda é se atormentar por toda a eternidade. Talvez você pudesse ter feito algo diferente. Talvez. E talvez você tenha feito o que podia com a informação que tinha naquela hora. O auto interrogatório não leva alugar algum.

Também temos a crença cultural de que nossos pensamentos criam a realidade. E, se passamos por alguma dificuldade é porque, de algum modo, nós provocamos. Se der algo errado, a culpa é minha. Você é capaz de muitas coisas, mas não tem tanto poder assim. Não pode manifestar morte, saúde, perda ou luto apenas com seu pensamento. Se pensamentos pudessem manter alguém em segurança, nenhum de nós estaria de luto. Se apenas pensamentos pudessem impedir doenças, sofrimentos, acidentes, nada disso existiria. O pensamento mágico, não controla a realidade. Use seu cérebro para imaginar um cenário diferente.

O remédio mais poderoso para a ansiedade, é reconhecer que ela existe. Reconhecer que está com medo de sofrer mais perdas, não é errado, não é vergonhoso... é humano.  Se pergunte o que está procurando neste momento, paz interior, conforto, afeto, um cochilo... se permita.

Como quase sempre acontece, não existe uma resposta correta. O importante é permitir se perguntar: “de que eu preciso agora, e qual é a melhor maneira de atender a essa necessidade?”. Nem sempre você vai conseguir o que precisa. Mas a prática de perguntar a si mesmo e partir para a ação com mais probabilidade de atender a essas necessidades, cria um sentimento de segurança no mundo.

Encare a si mesmo, especialmente as partes ansiosas, temerosas, aterrorizadas, com amor e respeito. Esse tipo de ansiedade é normal. É mais um modo como sua mente está tentando reorganizar o mundo depois da perda. Diga a verdade sobre seus temores. Pergunte. Ouça. Reaja. E acima de tudo saiba, que você merece seu amor e afeto tanto quanto qualquer outra pessoa no universo.

 



 


Autocompaixão - A arte de sermos nossos melhores amigos

Autor: EQUIPE PSICQ,  Postado em:  quinta, 30 de dezembro de 2021  
 

A palavra “compaixão” muitas vezes é confundida com “piedade” ou “dó”, o que implicaria um sentimento de superioridade em relação à pessoa ou situação que desperta essa característica em nós. A psicologia moderna define a compaixão como “o sentimento que surge quando se testemunha o mal-estar (sofrimento, estresse) do outro (ou o próprio), e que gera a motivação ou desejo de ajudar (ou de se cuidar)”. A compaixão então é vista como uma “motivação” (não uma emoção) que orienta o comportamento humano de entender e ajudar.
    A autocompaixão é tratar a si mesmo com a mesma gentileza, preocupação e apoio que teria com alguém querido. Quando vemos alguém de quem gostamos a confrontar-se com momentos difíceis na vida ou a enfrentar determinados desafios pessoais, falhas e inadequações, normalmente respondemos com amabilidade e não com julgamento severo, reconhecendo que a imperfeição faz parte de toda a experiência humana, praticando a compaixão sem esforço. A idéia da autocompaixão é trazer essa aceitação quanto às imperfeições inerentes a existência humana para as nossas próprias experiências.
    Assim, aplicar a compaixão a nós mesmos, seria a possibilidade de entender nosso mal-estar ou sofrimento de outra perspectiva, com menos culpa e autocrítica. De certa forma, é nos transmitido que devemos ser exigentes conosco, pensarmos em nossas ações para não nos envergonhar e, acima de tudo, para obter resultados. É como se autocrítica fosse o caminho para o sucesso, ledo engano.
    
    Raramente pensamos em mostrar alguma amabilidade para conosco, pois se o fizermos, podemos ser rotulados como egoístas, arrogantes ou até ingênuos. Contudo, vários estudos demonstram que a autocritica pode nos conduzir a uma baixa autoestima, e desencadear quadros como ansiedade e depressão. A prática de nos acolher em nossas vidas, com nossas imperfeições internas e externas, e a dar a nós mesmos a força necessária para que possamos contornar os obstáculos que surgirem é a arte de sermos nossos melhores amigos, é a autocompaixão.
    Autocompaixão é gentileza, é autocuidado, é reconhecer quando precisamos recuar. É permitir que nossa dor exista sem julgamentos, confiar em nós mesmos e dizer sim para o que ajuda e não ao que não ajuda.         
    Autocompaixão é ser legal com você mesmo, olhar para si com amor. Não é uma tarefa fácil. Estamos sempre falando sobre como outras pessoas merecem gentileza, mas e quando se trata de nós? Nunca. Sabemos muito bem dos nossos defeitos, dos modos como estragamos as coisas, como estamos fazendo tudo errado. Nós nos tratamos com muito mais rigor do que jamais permitiríamos que outras pessoas nos tratassem. Todo mundo tem dificuldade com isso; não é só você. Para a maioria das pessoas, ser gentil com os outros é muito, muito mais fácil.
    Cuidar de si pode significar se permitir dormir quando você precisar, sem se dar bronca por causa disso. Pode implicar em dizer não para um compromisso social. Pode ser caminhar no parque, ler, dançar, chorar, gritar, rir. Pode ser nos darmos folga aliviando nossas exigências. Envolve tratar a si próprio da forma como você trataria um amigo que está tendo dificuldades, mesmo que ele tenha cometido um erro gravíssimo ou esteja se sentindo inadequado, um fracassado, ou esteja apenas passando por um desafio temporário. É uma prática me que aprendemos a nos vermos como um aliado interno ao invés de um inimigo interno. 
    Com o exercício da autocompaixão, ganhamos mais consciência, sabedoria, amor e autoconfiança. Ao invés de resistirmos ao desafio, fluímos através dele e reencontramos uma nova força interior. A ideia não é negar o sofrimento, é observá-lo, reconhecê-lo, acolhê-lo. A boa notícia é que podemos aprender a sermos mais compassivos conosco, aprender a exercitar nosso amor próprio, nosso autocuidado, autorrespeito e bondade.



 


Do que temos medo?

Autor: Monica Zatta Tonial,  Postado em:  quinta, 07 de outubro de 2021  
 

“A diferença entre um sucesso medíocre e um retumbante sucesso está na sua habilidade de lidar com os seus medos.” Jim Rohn  

 

Todos os dias nos deparamos com dificuldades e desafios, e a situação em que você se encontra não define quem você é, o que define é a forma como você encara os desafios que encontra no caminho, e muitas vezes poderá encarar essas situações com?MEDO! 

O medo é um dos maiores obstáculos?no momento de superar desafios na busca de crescimento pessoal ou profissional.  

O Medo se tornou o maior problema psicológico de todos os tempos, e se tornou parte do cotidiano de todos nós… é aquele monstro indesejável, que chega não se sabe de onde e domina nossa mente.?À primeira vista a experiência de sentir medo não é tão negativa, como pode parecer. Na verdade, acredita-se que as experiências de medo são de fato um procedimento evolucional que nos permite enfrentar situações de risco ou perigo. 

Desta forma, se o nosso cérebro não identificasse o perigo estaríamos em uma situação de risco e nossa sobrevivência em perigo. 

A maior parte das dificuldades do ser humano está relacionada com o Medo, pois no decorrer de sua existência terá de superar diversas situações.  

Temos medo de nos machucarmos, de sermos humilhados, do fracasso e do sucesso. Medo de ficar sozinhos, e de estabelecer uma ligação. Medo de escutar o que nossos Corações nos dizem de ser infelizes e de ser felizes demais. Medo de não ter a aprovação de nossos pais, e de nos aceitar como realente somos; medo de uma saúde ruim e de uma boa sorte. Medo da nossa inveja e em possuir por excesso; medo de ter esperança em reação a coisas que podemos não conseguir. Temos medo de mudança, e de não mudar, medo de que algo aconteça com nossos filhos, a nosso trabalho. Medo de não ter controle, e do nosso próprio poder. Temos medo da brevidade da vida, e da duração da nossa morte. Temos medo de que depois de mortos, não façamos falta. Medo de ser responsáveis pelas nossas próprias vidas. 

As vezes leva-se um tempo para admitirmos nossos próprios medos, principalmente para nós. 

O Medo não escapa a nenhum de nós, e está presente até mesmo na vida daquelas pessoas que julgamos ser as mais bem-sucedidas. Ou seja, ele faz parte do processo de crescimento da vida.? 

Para viver bem precisamos superar nossos temores, e só existe uma maneira para superá-los e enfrentá-los:? com coragem! 



Tags: #Psicologia #medo #coragem #desafios  


Os efeitos psicológicos da pandemia em nós

Autor: Monica Z. Tonial ,  Postado em:  quarta, 02 de junho de 2021  
 

     Toques de recolher, lockdown, mudanças de rotina, trabalho remoto, aulas suspensas, máscaras, distanciamento social… A pandemia de COVID19 mudou nossas vidas, todos fomos afetados de alguma forma, direta ou indiretamente. O crescimento constante de casos e de óbitos, por vezes a falta de leitos para internação, falta de remédios, até falta de oxigênio em alguns lugares… Medo e incerteza.


     Toda semana é uma nova notícia, um novo pico, uma nova situação de alarme. Mal conseguimos descansar. Em meio a toda essa situação caótica, nossa população atravessa uma crise na saúde mental como nunca antes vista. O vírus não atinge apenas o infectado, ele afeta toda a sociedade, deixa sequelas não apenas físicas.


     O adoecimento psíquico é uma realidade, mas frente a tudo isso, não seria normal ficar ansioso, assustado ou entristecido? 


     Sim, é normal e esperado. Mas não é uma regra. Cada um procura meios para lidar com esse cenário. Não há um jeito correto. Alguns negam a existência do vírus, outros não saem de casa há mais de um ano. Todos estão vivendo esse momento como podem, como conseguem. Em meio a tudo isso, algumas reações são comuns, como o medo de adoecer, o medo de morrer, ou ainda a evitação de lugares como serviços de saúde por receio de ser contaminado. O medo pode estar presente em várias esferas da vida, tanto relacionado à saúde quanto relacionado ao trabalho ou a família e amigos. É possível também ocorrer diminuição da concentração nas tarefas diárias, ou ainda alterações no padrão do sono. É normal sentir-se impotente, entristecido ou até mesmo ansioso nesse momento. Estamos frente a um perigo real. São emoções esperadas, e tudo bem.


     Mas então, quando devemos nos preocupar? Quando a ansiedade ou a tristeza deixam de ser normais?


     A linha que divide o saudável daquele que precisa de tratamento muitas vezes é tênue. Casos mais graves com diminuição importante da funcionalidade, dificuldade para trabalhar, estudar ou fazer atividades domésticas, tarefas que antes realizava com facilidade, são mais fáceis de identificar. Nesses casos a repercussão dos sintomas é tão intensa que é mais fácil para a família ou para o paciente perceber que ele precisa de uma avaliação psicológica e/ou psiquiátrica para avaliar a necessidade de tratamento.


     Mas além desses existem outros sinais importante que quando relacionados a um quadro de Ansiedade e/ou Tristeza podem indicar necessidade de atendimento:
          Alterações do sono, como não dormir bem, demorar para pegar no sono, acordar antes do horário, ou até dormir a noite toda, mas ainda acordar cansado;
          Alterações no apetite, tanto aumento do apetite com consequente ganho de peso como redução do apetite com perda de peso (não entram aqui as dietas para emagrecer, nesse caos a perda de peso não é programada);
          Irritabilidade frequente, falta de paciência - quando há uma mudança no padrão de comportamento, a pessoa não era assim e está assim;
          Diminuição da atenção, da concentração, fica difícil assistir aulas, finalizar tarefas;
          Sintomas físicos sem uma causa clínica, no entanto, intensos e frequentes que podem assustar o paciente e causar sofrimento. São exemplos:  dores difusas pelo corpo, urgência para ir ao banheiro (sem infecção urinária ou problemas intestinais), coração acelerado, falta de ar, tremor, suor aumentado, sensação de desmaio, sensação de que está tendo um infarto (mesmo que os exames estejam normais), sensação de sufocamento entre outros.  Entre os sintomas físicos possíveis, alguns podem parecer com uma infecção pelo Coronavírus, como a falta de ar e a sensação de sufocamento, nesses casos é importante avaliar o contexto, se há sinais de infecção, como febre, tosse e outros sintomas respiratórios. Outro fator importante para diferenciar é a duração dos sintomas, quando melhoram em algumas horas é provável que seja Ansiedade, se for constante, durar o dia inteiro é provável que seja infeção por Covid-19. Na dúvida é sempre importante procurar atendimento médico;
          Medo desproporcional a situação, o medo vai muito além do que o covid pode de fato causar, o medo incapacita e causa prejuízo na rotina do indivíduo;
          Sentimento de desesperança em relação a tudo, não apenas quando pensamos na pandemia. Por exemplo: perder a vontade de viver por não acreditar que exista saída, esse é um sinal importante de que precisa de tratamento, por estar em sofrimento intenso;
          Sentimento de culpa ou sensação de ser inútil;
          Ideação suicida ou tentativa de suicido, pensar em tirar a própria vida ou até mesmo tentar tirar é um sinal de gravidade, e nesses casos procurar ajuda psiquiátrica é uma regra. Tentativa de suicídio é uma emergência médica;
          Cansaço desproporcional as atividades, necessidade de muito esforço mental para realizar atividades que antes realizava com facilidade;
          Tristeza persistente, na maioria dos dias, na maior parte dos dias, não relacionada apenas à Pandemia, tudo parece ruim;
          Diminuição de prazer para as atividades que antes gostava de fazer, tudo perde a graça, não é algo direcionado à pandemia ou devido às restrições impostas pela Pandemia.
          Caso apresente qualquer um dos sintomas acima de forma persistente é necessário procurar ajuda profissional, a Psicóloga Mônica Zatta Tonial pode te ajudar, com atendimento presencial ou a distância.


     É possível viver esse momento de uma forma mais saudável?
          Sim! É possível e necessário! Essas são algumas dicas para que você possa contribuir para a manutenção sua saúde mental.


          Acolha os sentimentos ruins, como tristeza e ansiedade. Tente identificar pensamentos intrusivos, repetitivos e catastróficos que levam a ansiedade, aceite que eles existem, mas que não necessariamente correspondem à realidade. Não é preciso pensar positivo o tempo todo, estamos passando por um momento difícil, é normal não estar bem o tempo todo;
          Planeje uma rotina mesmo que seja dentro de sua casa, mantenha horários regulares para se levantar e se deitar, mantenha os cuidados usuais e rotina de alimentação. A idéia é manter uma rotina possível, dentro do que pode ser feito, já estamos em quarentena há mais de 1 ano, podemos usar a experiência nesse período, avaliar o que deu certo e o que não deu certo, para ajustar nossa rotina;
          Realizar atividades físicas de forma regular;
          Manter uma dieta equilibrada com frutas e verduras e ingestão de líquidos;
          Não é momento para grandes mudanças, vamos respeitar o momento e respeitar a nós mesmos. Se não estiver bem, tudo bem, siga com calma. Se estiver bem, ótimo, tente manter uma rotina saudável;
          Divida de forma clara o que é trabalho e o que é vida pessoal. No ambiente de trabalho focar apenas nas atividades relacionadas ao trabalho, caso esteja trabalhando de forma remota, faça pausas e se movimente durante o período de trabalho;
          Evite ler ou ouvir demais sobre o tema, busque se informar sobre outros assuntos e evite notícias sensacionalistas ou que tragam ansiedade;
          Proteja suas crianças sem fomentar nelas o medo e o pânico, ensinem elas a se protegerem;
          Faça atividades relaxantes como meditar, escutar música, assistir filmes e séries, ler livros;
          Aceite o momento presente, as restrições impostas por ele, as perdas. Por mais difícil que seja, não escolhemos passar por isso, mas já estamos vivendo a pandemia há mais de 1 ano;
          Busque ajuda profissional sempre que precisar. É importante lembrar que não estamos sozinhos, que existem profissionais especializados em Saúde Mental com Psicólogos e Psiquiatras para nos ajudar a passar por nesse momento.



Tags: #Psicologia #Psicológico #Pandemia  


Sentir raiva é normal?

Autor: Psicq - Saúde Mental,  Postado em:  quarta, 03 de fevereiro de 2021  
 

Falar de raiva é falar de um tema que se desdobra em várias possibilidades.  A raiva faz parte da estrutura de sentimentos naturais do ser humano e é muito útil para nossa sobrevivência. Contudo, ela pode se tornar desadaptativa, ou seja, deixar de ser uma emoção normal e esperada, dependendo da intensidade e do que fazemos quando a sentimos.

Quem nunca teve um impulso de violência, alterou a voz ou perdeu a razão em gritos e outros comportamentos? Nesses momentos, nossa respiração acelera, nos sentimos desligados de tudo e nosso coração quer sair pela boca, batendo muito forte. Nossa boca seca e nossos olhos mostram nossa fera interior queimando, surgindo com força, para mostrar que Quem manda sou eu! O Controle é meu!!!... Ou talvez quiséssemos dizer, Estou com muito, muito medo de...

Por que agimos assim? E como podemos aprender acerca de nós mesmos com essa emoção? Mesmo uma pessoa sendo racional e lógica pode se sentir dominada pela raiva e pela impotência que ela envolve. A raiva é uma emoção e como toda emoção tem sua importância, pois nossa condição de ser humano nos capacita com as emoções mais diversas. Pode ser entendida inicialmente como um impulso violento contra alguém ou alguma coisa que nos coloca em risco. Normalmente é identificada como uma emoção negativa, desconfortável e intimidadora, tanto para quem a observa ou é seu alvo, quanto por quem a sente. É uma manifestação multifacetada em uma complexa interação de reações físicas e psicológicas que se conectam e geram um turbilhão na pessoa.

Sentimos raiva toda vez que estamos diante de uma situação que pela nossa percepção entendemos como um perigo, ou ainda frente à alguém que vemos como um intruso ou competidor. Assim, ela tem a função de nos alertar de perigos, de nos mostrar que algo nosso foi violado. Sempre que nos deparamos com situações ameaçadoras, acionamos um alerta. Nosso instinto de sobrevivência aparece forte.  E nesse momento aumentamos a produção de um hormônio chamado adrenalina que aumenta a força muscular necessária para nossa defesa que pode ser lutar, fugir ou paralisar.

A sensação experimentada de imediato no momento da explosão, ou seja, da demonstração incontida da raiva, é a força que mantém o comportamento agressivo, pois é de um poder desmedido como se só assim a ameaça (da violação, da injustiça, da afronta, do desvalor, etc.) fosse reparada. É como se nesse momento a pessoa “lavasse a alma”, consertasse a vida e tudo o que a estava fazendo sentir raiva.  Entretanto, essa sensação de alívio normalmente é fugaz e é seguida de culpa e arrependimento, pois traz conseqüências interpessoais e sociais que podem ser muito graves desde demissões no trabalho, término de relacionamentos, até implicações mais sérias como prisão ou morte.

Ouvimos algumas pessoas falarem: “do nada explodi, eu estava quieto no meu canto”. Contudo, é um mito pensar que a raiva surge do nada, ela é construída. O que ocorre, é que em geral não identificamos os sinais que o corpo dá antes que a explosão da raiva ocorra. A capacidade de avaliar a situação antes da explosão é o que determinada como a pessoa vai reagir diante de algum fato. Assim, se avaliarmos algo como sem importância provavelmente não há motivo para reagirmos com raiva. Se, ao contrário, considerarmos o fato como abusivo, desafiador ou violador nosso organismo vai responder de acordo com a interpretação, ou seja, como uma grande provocação mesmo que a realidade não seja do modo como a interpretamos.                       O que desperta a raiva não é necessariamente o evento em si, mas a maneira que o interpretamos. Essa maneira de ver o mundo é edificada ao longo da vida. As experiências (internas e externas) pelas quais passamos são armazenadas e formam o viés de nossa interpretação. 

O sentimento de raiva recorrente normalmente inclui um padrão cognitivo disfuncional, ou seja, a maneira de avaliar os eventos se mostra com expectativas incoerentes e exageradas conhecidas como distorções cognitivas. Essa tendência de se enraivecer pode ser favorecida por vários fatores da história de vida e/ou vulnerabilidade genética que merecem ser considerados. 

Apesar disso, muitas vezes, a pessoa sozinha não consegue perceber tal característica em si mesma ou até percebe e sofre, mas tem dificuldades em mudar o modo de pensar e agir mesmo que esteja lhe prejudicando.

Então, concluímos que sentir raiva é normal e que entendendo mais acerca de nosso funcionamento e de nossa tendência a interpretar as situações de uma maneira distorcida, é possível mantermos um auto monitoramento para questionarmos possíveis erros de avaliação. É sempre aconselhável perguntar a si mesmo, diante de uma situação percebida como provocadora ou injusta, se a maneira de interpretar o fato é a única possível ou posso tentar reavaliar, talvez de forma menos extremista e inflexível. Normalmente nossas emoções são alteradas quando reavaliamos o que está acontecendo e de preferência de uma forma mais racional e justa.



Tags: #psicologia #psiquiatria  


JOGOS ELETRÔNICOS – VILÕES OU HERÓIS?

Autor: Psicq - Saúde Mental,  Postado em:    
 

    Com o grande avanço tecnológico das últimas décadas, a internet e os jogos eletrônicos tornam-se cada vez mais populares. Os jogos, passaram a ser uma das mais importantes atividades de lazer para as crianças e adolescentes, até para alguns adultos. Sabe-se que o maior risco de dependência de jogos online ocorre entre jovens e pessoas do sexo masculino.
    Nesse contexto, vale ressaltar que existe a participação humana no universo online: nossa cognição, que é um conjunto de funções desenvolvidas pelo cérebro que identificam conceitos, o relacionamento que temos com a vida, enfim são todas as trocas que o cérebro faz com o meio em que vivemos.
    Na vida real, temos os telefones que se tornaram smart, é como se houvesse uma película de inteligência artificial aplicada sobre esse equipamento. Também temos smart TV, carros que estão se tornando smart, até as casas estão se adaptando ao modelo smart e finalmente temos as cidades inteligentes. O meio com que fazemos trocas está cada vez mais artificial, cada vez menos real. Existem vantagens tecnológicas que nos permitem viver de uma forma confortável, que facilitam o aprendizado e a interação social. No entanto, ainda somos humanos.
    Somos os mesmos humanos que viviam nas cavernas, mas agora com Wi-fi e ar condicionado. Não somos smart, na verdade podemos até estarmos perdendo habilidades na troca com um meio tão tecnológico, que não necessita esforço intelectual para que exista interação.
    Vale lembrar que o cérebro só atinge a sua completa maturação a partir dos 21 anos de idade, ou seja, até essa idade ainda está aprendendo, ainda pode ser moldado. A exposição excessiva a tecnologia nesse período é ruim. Biologicamente esses indivíduos não apresentam controle  adequado sobre os impulsos, mesmo com orientações sobre os malefícios. O freio comportamental que nos ajuda a regular os comportamentos de risco, o que acontece na vida adulta, não está ainda totalmente instalado, fazendo com que a geração digital se torne mais vulnerável ao risco da dependência tecnológica.
    O conceito de Dependência dentro da idéia de jogos eletrônicos é muito novo, segundo a psicóloga Kimberly Young os sinais de que o uso dos jogos online podem estar causando prejuízo são:
- Preocupação excessiva com alguns temas ligados a internet - Desliga o jogo mais continua pensando em estratégias ou no prejuízo que pode ter por não estar jogando naquele momento;
- Sintomas de abstinência quando o jogo é restrito, pode apresentar ansiedade, irritação;
- Necessidade de aumentar o tempo online para obter satisfação;
- Tentativas fracassadas de diminuir o tempo na internet;


- Perda de interesse em passatempos fora da Internet ou em atividades que antes gostava de fazer, como sair com amigos ou jogar futebol;
- Mostrar irritabilidade quando o acesso a rede é restringido;
- Permanecer mais tempo conectado que o programado;
- Apresentar prejuízo nas relações interpessoais, no trabalho, na família, com os amigos e mesmo assim não conseguir reduzir o tempo de jogos;
- Mentir a respeito de horas online, para a família, para o terapeuta e as vezes para si mesmo. Pode contar que ficou apenas alguns minutos que na verdade foram horas.
- Usar jogos na internet para evitar ou para aliviar sintomas de depressão ou de irritação.

    Algumas intervenções se mostraram eficazes nesse contexto, como a psicoeducação quanto a possibilidade de Dependência relacionada à jogos, expondo riscos e prejuízos e a imposição de limites para o uso de tecnologias. Esses limites podem ser individualizados, mas é importante que sejam aplicados gradualmente, com redução do tempo dos jogos e em alguns casos restrição de jogos específicos.
    Muitos casos de dependência tecnológica aparecem associados a outros transtornos psiquiátricos como depressão, fobia social, transtorno bipolar e déficit de atenção e hiperatividade. A avaliação individual é capaz de identificar possíveis comorbidades e indicar o melhor tratamento; ela pode ser feita por um psicólogo ou por um médico psiquiatra.
    O tratamento envolve mudanças psicossociais e acompanhamento psicoterapeutico, em alguns casos pode ser necessário o uso de medicação. As intervenções psicoterápicas podem ser individuais para maiores de 18 anos e também intervenções familiares, indicadas para menores de idade. As intervenções em terapia cognitiva comportamental são as que se mostram com mais efetividade no tratamento da dependência tecnológica.



Tags: #psicologia #psiquiatria  


Suicídio - Um tema complexo, relevante e ainda pouco abordado!

Autor: Psicq - Saúde Mental,  Postado em:  quarta, 02 de setembro de 2020  
 

Possivelmente você já ouviu falar de alguém que tentou suicídio ou que morreu devido a essa causa. Suicídio é o ato de tirar a própria vida, e tentativas de suicídios são meios com os quais a pessoa acredita que possa tirar a própria vida. Não é uma escolha. A maioria das tentativas de suicídios e dos óbitos por suicidio são relacionadas a algum Transtorno Mental. Ou seja, são doenças que podem matar, mas passíveis de tratamento. O número de pessoas que se suicidam no mundo já supera o número de mortes por homicídio.

O sofrimento causado pelos transtornos mentais pode ser tão intenso que a pessoa chega a pensar em morrer para aliviar a dor. Algumas pessoas encontram na possibilidade de morrer a solução final para situações que parecem insuportáveis ou para fugir de sentimentos ruins. A tentativa de suicídio é um pedido de ajuda. Não é uma escolha entre viver ou morrer, na maioria dos casos são doenças que podem e devem ser tratadas.

Pessoas com comportamentos suicidas (que pensam em morrer, que planejam a própria morte ou que já tentaram tirar a própria vida) geralmente carregam sentimentos de inutilidade, falta de esperança, baixa autoestima e desejo de desistir. Quando o indivíduo chega a este ponto de considerar o suicídio, é porque ele acredita que seus problemas são intoleráveis e intermináveis. Ele sente que não é capaz de suportar mais a situação que, para ele, não tem saída ou solução possível. No entanto, esse pensamento não é verdadeiro, é possível aliviar a dor com o tratamento adequado.

O suicídio não tem uma causa única, mas estima-se que a maioria dos casos está relacionado com a presença de Transtornos mentais como Episódios de depressão, uni e bipolar, esquizofrenia, transtorno de personalidade borderline, transtornos de ansiedade, e transtornos por uso de substâncias como o alcool. Doenças que podem ser tratadas. 

É como uma pessoa com infarto do miocárdio, com muita dor no peito, que ao invés de procurar um pronto atendimento ou um atendimento para o coração decide morrer devido a dor. A dor da Depressão também deve ser tratada, a tentativa de suicídio é uma emergência médica, assim como o infarto. O preconceito e a desinformação sobre as doenças/transtornos mentais pode matar.É importante ressaltar que a depressão não é “frescura", “falta de coragem”, falta de Deus”, ” Fraqueza”, ou qualquer outra coisa. Depressão é uma doença e precisa de tratamento, assim como todos os demais transtornos mentais. Ninguém escolhe adoecer, ninguém escolhe estar deprimido.


São muitos mitos que ainda afastam as pessoas do tratamento adequado. A tentativa de suicídio é um pedido de ajuda. Não deve ser vista como uma forma de chamar a atenção, ou de manipulação ou ainda como um escolha. Deve ser sempre levada a sério. Como uma dor no peito.

Então como ajudar uma pessoa que está pensando em morrer ou que está tentando tirar a própria vida? O primeiro passo é oferecer a ajuda, mostrar que a pessoa não está sozinha, ouvir sem julgamento. No caso de alguém com Depressão, a pessoa precisa apenas falar, e ser acolhida. Não é preciso dar conselhos ou soluções para os possíveis problemas apresentados, naquele momento. Até porque os problemas não são de fato “o problema”, é a doença falando, é a doença dificultando uma avaliação clara da situação. Evite comparações, não é possível medir dor, falar de outras pessoas que sofrem mais ou menos também não irá ajudar. Apenas escute. 

Como escutar? Podemos começar justamente por não julgar ou banalizar o sofrimento do outro.
As vezes, permitir que a pessoa fale dos problemas sem oferecer soluções prontas para que o outro aplique, não julgar desdenhando o sofrimento do outro ou pronunciando frases como: “como você se deixa abater assim?” “porque não faz desse jeito?” “pare de reclamar... você tem tudo”. 
Doar tempo para escutar o outro. A vida é corrida, sim, estamos sempre atarefados mal damos conta de terminar nossas atividades. Mas pense que se uma pessoa te procurou p falar de seu sofrimento é porque esta pedindo ajuda. Você fara uma grande diferença apenas ouvindo.
Permita que ela fale livremente. Falar da dor emocional é um processo doloroso então, não a interrompa e não apresse .... Seja paciente.
Não faça comparações. Cada ser humano é um ser único. As comparações são danosas ao psiquismo. Sofrimento não se compara. Sofrimento se escuta e acolhe.
Não ofereça soluções prontas. Quem chegou num nível de sofrimento ao ponto de tirar sua própria vida precisa antes de tudo escuta e acolhimento para poder falar da sua dor. Elas não estão procurando solução eles procuram compreensão.

O segundo passo é oferecer ajuda, buscar atendimento. Se for preciso marque a consulta, acompanhe a pessoa até o atendimento. Caso não possa, deixe alguém responsável por isso, mas não deixe ela sozinha, certifique-se de que ela procurou por ajuda profissional. Nesse momento é importante que fique sob vigilância, para evitar novas tentativas de suicídio.


A busca de atendimento é fundamental. É importante procurar profissionais que sejam da confiança da família e do paciente, profissionais que trabalham com saúde mental. O tratamento será individualizado e indicado conforme o grau de gravidade. Essa avaliação é essencial pode ser feita por médicos, enfermeiros, psiquiatras e psicólogos. Após exclusão de causas clínicas ou do tratamento de possíveis sequelas da tentativa, o paciente deve ser encaminhado para um tratamento com foco no transtorno mental apresentado. O tratamento é sempre multidisciplinar e visa o bem estar do paciente e o alívio da dor psicológica. Existem muitas opções de tratamento, como o uso de medicação, a psicoterapia e técnicas de neuromodulação. O importante nesse momento é o acolhimento com profissionais treinados para promover a saúde e a vida em amplo sentido.



Tags: #setembroamarelo #prevencaoaosuicidio  


A contribuição da psicoterapia na saúde da mulher

Autor: Dr. Igor,  Postado em:    
 

Olá,
Pensado em contribuir com a prevenção da saúde mental das pessoas e levando em consideração esses meses pesados e difíceis pelos quais estamos passando, tive a ideia de convidar profissionais da saúde, dentro de suas especialidades, para falar sobre a saúde mental em suas áreas de atuação.
Então, entrei em contato com o Dr. Igor Chiminacio, médico ginecologista na cidade de Pato Branco- PR, o qual prontamente me atendeu e produziu um vídeo falando sobre "A contribuição da psicoterapia na saúde da mulher".

A você Dr. Igor, meus sinceros agradecimentos!



Tags: psicoterapia saúde saúdedamulher  


Você consegue dizer “não” sem culpa?

Autor: Psicq - Saúde Mental,  Postado em:  segunda, 10 de agosto de 2020  
 

Se este tema lhe chamou a atenção, provavelmente a avaliação de terceiros a seu respeito interfere consideravelmente nas suas decisões, atormentando sua rotina com compromissos e obrigações que gostaria que desaparecessem de sua agenda.

Mas então, porque é tão difícil dizer não?

Podemos levantar algumas hipóteses que parecem embasar essa forma particular de autocensura. Entre elas, podemos citar o medo de ser considerado agressivo, de ser rejeitado, de ser mal interpretado, da avaliação negativa ou de decepcionar aqueles que amamos entre outras.

Muitas pessoas, mesmo querendo, não têm tranquilidade para dizer não, ou seja, fazem parte do grupo dos que afirmam “Dizer não? Eu, nunca!”, afirmando: “Não consigo dizer não”; “Não consegui dizer não”; “Não soube dizer não”; “Eu deveria ter dito não”. E nesse constante processo, seus medos afetam as relações pessoais e profissionais, podendo gerar uma série de problemas. Algumas pessoas chegam ao ponto de se questionar: “Será assim tão grave? Será que para resolver esse problema preciso de um tratamento com especialista e/ou medicamentoso?

A resposta para esta pergunta não é tão simples. Devemos considerar que o ato de falar “eu gosto”, “eu quero”, “eu acho”, etc, ou “não gosto”, “não quero”, “não concordo”, vai além da expressão. É comunicar a maneira que eu aprendi a interpretar as relações no decorrer da vida. Nossa história de vida define nosso lugar e visão do mundo, para que nós saibamos falar das coisas que gostamos ou não é preciso ter tido aprendizagem com outros seres humanos, que além de nos ouvirem, nos aprovaram ou simplesmente nos satisfizeram nossas necessidades básicas. Se a nossa percepção de mundo nos sugere que o que pensamos ou sentimos é sempre ignorado ou punido pelas pessoas que nos cercam a sensação é ruim e começamos a acreditar por um processo chamado generalização que há poucas chances de nosso espaço se firmar no mundo dos relacionamentos e podemos começar a duvidar de nossas opiniões e até mesmo de nossos sentimentos. É que nós, como seres humanos, somos muito sensíveis aos contatos sociais e a falta persistente de aprovação dos outros podem comprometer nossa autoestima.

É certo que nos sentimos melhor quando ajudamos os outros e que em qualquer relacionamento é necessário haver um ponto de equilíbrio, mas quando isso se torna um método sistemático que impede qualquer expressão, opinião e sentimentos pessoais o equilíbrio individual é afetado e a autoestima é amplamente corroída. Quando nos apagamos continuamente diante dos outros – mesmo se, às vezes, é indispensável -  perdemos o senso de nossos próprios desejos e chegamos ao ponto de não sabermos mais quem somos verdadeiramente.

Um não recalcado irá permanecer em sua memória, solicitá-lo e perturbá-lo por um período mais longo do que seria necessário e o preço pago por conta desse funcionamento pode ir da ansiedade até o comprometimento pessoal e profissional do indivíduo. Nesses casos, a terapia é altamente indicada, pois busca através da reestruturação cognitiva construir novas possibilidades de interpretação que vão favorecer outros sentimentos e comportamentos.

Quando você aprende a dizer não reassumirá o controle de sua vida. Em vez de ser o último na sua própria lista de prioridades, você despontará como o comandante do seu próprio barco, capaz de tomar decisões baseadas em paixão, sabedoria e confiança e não em culpa, medo ou por sentir-se manipulado.



Tags: psicologia saúdemental  


Descanso e qualidade de vida

Autor: Monica Z Tonial,  Postado em:  segunda, 06 de julho de 2020  
 

O mundo está agitado, o mundo está acelerado, o ritmo que a vida nos impõe é cansativo, a pressão vem de todos os lados, sejam no trabalho, nos estudos, nos relacionamentos. Sem contar a quantidade de informações que recebemos e processamos durante todo o dia. Por isso, descansar passa a ser uma necessidade.

Não é possível falar sobre qualidade de vida sem mencionar a qualidade do sono e do descanso. Muito mais que dormir bem, descansar significa separar um tempo para relaxar e cuidar de si próprio. Então, como é possível melhorar a qualidade de vida através do descanso?

Primeiramente, é importante saber que para termos qualidade de vida precisamos ter uma visão de nós mesmos, observar nossas necessidades referentes a vários âmbitos que envolve nossa vida: saúde física, mental, espiritual, os relacionamentos, o ambiente externo, crenças pessoais, etc.

Dessa forma, precisamos criar hábitos saudáveis e realizar atividades que nos tragam satisfação, o que nos permite o equilíbrio e consequentemente, contribuam para o alcance dos nossos objetivos. Uma das rotinas mais importantes, para isso, é o descanso!

O corpo e a mente precisam de descanso... isso é fato.

 Existem diversas pesquisas que demonstram os malefícios que a falta de pausa e relaxamento podem trazer. Dentre elas estão: aumento da irritabilidade, ansiedade, estresse, perda de foco, memória, atenção, produtividade, além de prejuízos a médio e longo prazo, tais como: insônia, depressão, dores de cabeça e etc.

O descanso, portanto, representa o respeito com o próprio corpo e mente, uma vez que as pausas dão tempo para reencontrar o equilíbrio e renovar as energias perdidas com o tumulto do dia a dia.

Então, como descansar melhor?

Aí vão algumas dicas:

Pratique a higiene do sono: Evite o uso de substâncias estimulantes próximo ao horário de dormir, como a ingestão de cafeína e substâncias alcoólicas, já que estas podem causar fragmentação do sono ou sono não reparador. Evite barulho, luz excessiva e temperaturas elevadas no ambiente de dormir. Garanta o conforto da cama e do ambiente. Evite comer em excesso antes de deitar-se.

Faça atividades físicas regularmente: a atividade física é um forte aliado para redução de tensões e um grande colaborador para o bem-estar físico e mental.

Aprenda a meditar pois essa prática auxilia aqueles que tem pensamentos e rotinas aceleradas, além disso, contribui para o relaxamento físico e mental além de proporcionar o autoconhecimento.

Dedique-se ao lazer: o descanso não se associa apenas ao tempo investido no sono. Dedicar-se a um lazer de qualidade, que traz alegria e satisfação é também uma forma de descansar.

Escolha estar com boas companhias: está cada vez mais difícil se desligar dos problemas, portanto estar com quem nos faz bem nos proporciona momentos de felicidade... sorrir é bom!!!

À vista de tudo isso, fica fácil perceber que o descanso não passa apenas pelo desligamento em relação aos problemas, é também um processo de escolha e postura ativa de cada um em busca da sua própria saúde, bem-estar e qualidade de vida!

 E então, como anda o seu tempo de descanso?



Tags: psicologia descanso bem-estar  


Você tem sido gentil consigo mesmo?

Autor: Patrícia C. Hoppen ,  Postado em:  quinta, 02 de julho de 2020  
 

Gostaria de iniciar essa leitura propondo um exercício de reflexão...

Feche os olhos e pense por um momento sobre a seguinte questão:

Tente lembrar as vezes em que um amigo ou conhecido que estava passando por algum momento de dificuldade lhe procurou para conversar ou desabafar, sendo que naquele momento você estava se sentindo muito bem consigo mesmo.

Como você agiu diante desse amigo ou conhecido?

Como você tipicamente responde aos seus amigos nessas situações?

Consegue ouvir o que eles têm a dizer?

Costuma dizer algo a eles?

O que você diz? Que tom de voz você utiliza? Como é a sua postura?

Feito isso, ainda com os olhos fechados, pense nas várias vezes em que você estava tendo algum tipo de dificuldade, tendo um infortúnio, se sentindo fracassado ou inadequado.

Como você costuma responder a si mesmo quando isso acontece?

Presta atenção nas suas emoções?

Consegue identificar o que está sentindo?

Costuma dizer algo a si mesmo?

O que você diz? Que tom de voz você utiliza? Como é a sua postura?

Agora, observe se existe diferença entre como você trata seus amigos próximos quando eles estão tendo dificuldades e como trata a si mesmo.

Você acredita que podemos aprender a nos acolher em nossas vidas, apesar das imperfeições internas e externas, e a dar a nós mesmos a força necessária para que possamos contornar os obstáculos que surgirem?

A autocompaixão nos impulsiona a falar com nós mesmos como um bom amigo, é uma prática na qual aprendemos a ser um aliado interno em vez de um inimigo interno. Envolve tratar a si próprio da forma como você trataria um amigo que está tendo dificuldades, mesmo que ele tenha cometido um erro gravíssimo ou esteja se sentindo inadequado, um fracassado, ou esteja apenas passando por um desafio temporário.

Muitas vezes temos dificuldade em praticar a autocompaixão, isso possivelmente ocorre porque a cultura ocidental coloca grande ênfase em sermos gentis com nossos amigos, familiares e vizinhos que estão passando por dificuldades, mas não quando se trata de nós mesmos.

Estudos diversos indicam que as capacidades de compaixão estão ligadas a competências motivacionais, emocionais e cognitivo-comportamentais, que são fruto da evolução, de ato de cuidar dos outros e ampliar as suas hipóteses de sobrevivência e prosperidade. Pesquisas também indicam que a autocompaixão surge através da utilização das mesmas competências subjacentes à compaixão para com os outros, no relacionamento conosco próprios, através do desenvolvimento de uma preocupação genuína pelo nosso bem-estar, da aprendizagem do sermos sensíveis e tolerantes em relação ao nosso desconforto, do desenvolvimento de uma compreensão profunda (empatia) das raízes e causas deste.

Com autocompaixão, ganhamos mais consciência, sabedoria, amor e autoconfiança. Ao invés de resistirmos ao desafio, fluímos através dele e reencontramos uma nova força interior. A ideia não é negar o sofrimento, é observá-lo, reconhecê-lo, acolhê-lo. ?

Autocompaixão também é prática. Quando exercitamos nosso amor próprio, nosso autocuidado, autorrespeito e bondade, estamos em sintonia com a compaixão.

Que tal exercitar a autocompaixão?

Escreva um bilhete para si mesmo. O que você gostaria de ouvir de você?

Por exemplo: “Eu me importo profundamente com você, quero seu bem. Estou aqui para te dar apoio…”. “Este é um momento de dificuldade que pode estar causando sofrimento, porém, o sofrimento faz parte da vida. Que eu consiga ser gentil comigo neste momento e que eu possa me dar o apoio que preciso”.

Patrícia C. Hoppen
CRP-08/26611



Tags: psicologia autocompaixão  


Qual a importância da Psicoterapia no Tratamento dos Transtornos Mentais?

Autor: Dra. Audrey Gotardi,  Postado em:  sexta, 26 de junho de 2020  
 

Explicar o papel da Psicoterapia dentro do tratamento de transtornos mentais é um desafio. Costumo fazer uma analogia entra a Psiquiatria e a Ortopedia para ficar mais claro, mais palpável, é difícil imaginar o manejo de pensamentos e emoções, no entanto um osso quebrado é algo bem visual, se não for uma fratura exposta um exame de imagem pode mostrar facilmente. É possível comprovar a existência da lesão através de exames.

Em Saúde Mental não é assim, a grande maioria dos transtornos mentais são de Diagnóstico Clínico, ou seja, com a avaliação da história do paciente e dos sinais e sintomas apresentados. O paciente deve confiar no Psiquiatra e no Psicólogo, não há exames que comprovem a existência dos transtornos. Mas eles existem, e causam sofrimento, causam prejuízo na vida do paciente e da família,

Seguindo essa ideia: é como se Psicoterapia fosse a Fisioterapia após um trauma com uma possível fratura ou uma amputação. Por mais pesado que seja pensar em uma perna quebrada ou ausência de um membro do corpo, muitas vezes os transtornos mentais são tão ou mais pesados que isso. Mesmo que não sejam visíveis. Mesmo que não apareça em um RX ou em qualquer exame de imagem. Após o diagnóstico é necessário tratar. No caso do osso o tratamento pode ser com imobilização, cirurgia, tratamento para dor e fisioterapia. No caso dos transtornos mentais o tratamento pode ser com medicação, com psicoterapia com intervenção social, com terapia ocupacional entre outros.

A Fisioterapia reabilita o paciente a se movimentar novamente, reforça o músculo, treina para que possa voltar à ativa. A Psicoterapia também, ensina o paciente a andar novamente, com as próprias pernas. Não foi um osso que quebrou, mas algo dentro dele não estava funcionando adequadamente, e foi necessária uma intervenção.

Essa intervenção pode ser de muitas maneiras e dependendo do diagnóstico apresentando com muitas finalidades diferentes. Nos transtornos Depressivos, por exemplo, entre outras coisas é preciso mostrar para o paciente que o mundo não está tão cinza, ensiná-lo a ver o mundo novamente. Ou em alguns casos, aprender a conviver e a lidar com o mundo cinza, com grandes mudanças, dar novos significados e novas cores. Outro exemplo seria a Ansiedade, quando é preciso colocar um pé no freio, mudar alguns hábitos, melhorar ou mudar o que for desejado para funcionar melhor. Mas não existe uma receita de bolo, cada paciente precisa de uma intervenção própria, individual, avaliada segundo a sua personalidade e sua forma de ver o mundo. Não é possível medir dor, ou qualquer outra emoção. Mas é possível tratar individualmente e aliviar, quando possível curar.

É importante olhar o paciente, e não apenas o transtorno mental. Ele tem uma história com ele, tem relações sociais, tem pensamentos e emoções. É preciso tratar com o objetivo de evitar recaídas, de melhorar o funcionamento como um todo, devido a isso o tratamento em equipe é tão importante. Cada caso é avaliado individualmente, e o plano terapêutico é traçado em conjunto com o paciente e os profissionais que acompanham. O papel da Psicoterapia é “acertar o passo” para não quebrar a perna novamente, ou ainda "ensinar a andar novamente” com possíveis limitações.

Dra. Audrey Gotardi

Médica Psiquiatra

CRM/PR 30144

RQE 26865



Tags: psiquiatria psicoterapia  


É possível melhorar sintomas de Ansiedade controlando a Respiração?

Autor: Monica Z Tonial,  Postado em:  segunda, 22 de junho de 2020  
 

Sim! Existe uma técnica de terapia cognitivo comportamental (TCC) chamada Respiração Diafragmática que é capaz de melhorar os sintomas de uma forma eficaz. Em quadros como transtorno de pânico, por exemplo, seja por questões reais ou interpretações distorcidas, o cérebro encaminha mensagem ao sistema nervoso simpático informando que ele está em perigo, e este dispara adrenalina e noradrenalina no sangue. Com isso, a pessoa experimenta sintomas físicos, tais como palpitações, sensação de falta de ar, tremores, sudorese, boca seca, tensão muscular, tonturas, entre outros. Além disso, há também sintomas cognitivos, como medo de morrer, de enlouquecer, ter um ataque cardíaco ou perder o controle. Quanto mais forte a ativação dos sintomas, maior é o pavor, o que mantém ativado o sistema nervoso simpático, desta forma, o organismo demora mais tempo para voltar ao estado de relaxamento.

Os sintomas físicos da ansiedade atuam como uma reação em cadeia, é como uma bola de neve descendo uma montanha de neve, aumentando pouco a pouco. O indivíduo reconhece o perigo (real ou não), a mensagem é enviada para o cérebro o qual, prepara o organismo para lutar, fugir ou até paralisar. Para conseguir realizar essa ação, o metabolismo precisa estar acelerado. Com isso, a frequência cardíaca aumenta, a fim de acelerar a circulação. Para dar conta dessa aceleração, mais oxigênio é necessário, logo, há uma alteração na respiração, podendo causar uma hiperventilação ou a sensação de falta de ar.

A respiração diafragmática ajuda a interromper esse ciclo e ativar o sistema nervoso parassimpático, responsável por inibir a ação do sistema nervoso simpático e restaurar a sensação de relaxamento. Por isso ela é uma técnica tão importante para os casos de ansiedade. Além disso, a prática de exercícios físicos e a meditação também podem ser um grande aliado no alivio dos sintomas da ansiedade.



Tags: psicologia ansiedade respiração  


A Terapia Cognitivo Comportamental TCC

Autor: Psicq - Saúde Mental,  Postado em:  quarta, 10 de junho de 2020  
 

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) vem se desenvolvendo nas últimas décadas de forma rápida, sendo amplamente reconhecida e tornando-se um tratamento indicado em todo mundo devido a seu alto grau de eficácia pois dispõe de amplas evidências científicas como intervenção poderosa para os problemas de saúde mental.

O modelo cognitivo é baseado no conceito de que nosso sofrimento ocorre principalmente pela forma como interpretamos a realidade e não pelos fatos em si.

A maneira que pensamos os fatos interfere no nosso estado afetivo e comportamentos. Ou seja, duas pessoas passando pela mesma situação podem lidar de maneiras bem diferentes dependendo da forma de cada uma interpretar as situações.  Essas interpretações ocorrem a partir da história de vida de cada pessoa e de quais crenças (verdades) ela foi assumindo ao longo da vida.

É uma forma de tratamento que investe na contribuição e requer a participação ativa do cliente ao longo do tratamento, pois o terapeuta busca, junto a este, de várias formas, produzirem uma mudança cognitiva, no pensamento e no sistema de crenças, objetivando a promoção de mudanças emocionais e comportamentais duradouras

Representa um marco muito importante nas terapias e nos tratamentos psicológicos por atuar de forma efetiva com determinados princípios que embasam a terapia, ou seja, é estruturada, diretiva, ativa, breve, orientada em meta e focalizada em problemas. Inicialmente enfatiza o presente, é educativa, visando ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatizando a prevenção de recaídas, sendo eficaz em uma variedade de transtornos psiquiátricos como por exemplo ansiedade, depressão, fobias, dependência química, transtornos alimentares, etc. Atende a várias populações como casais, crianças, adolescentes, famílias, com atendimento individual e de grupo.



Tags: psicologia terapia cognitiva terapia do esquema  


Há crianças feridas escondidas em adultos “difíceis”

Autor: Mônica Z Tonial,  Postado em:  quarta, 10 de junho de 2020  
 

A Terapia focada no Esquema foi desenvolvida por Jeffrey Young como uma expansão da teoria inicial da Terapia Cognitiva. Esse modelo tem se mostrado uma importante abordagem psicoterápica, pois trabalha em níveis mais profundos do inconsciente.

A expansão teórica da Terapia focada em Esquemas, envolve elementos ajustáveis para transtornos de personalidade. Sendo, portanto mais longa que a Terapia Cognitiva, dedicando mais tempo para identificar e superar a evitação cognitiva, afetiva e comportamental.

Os Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) ou esquemas primitivos, são crenças e sentimentos incondicionais sobre si mesmo em relação ao ambiente. Representam o nível mais profundo da cognição e operam de forma sutil, fora de nossa consciência. Estruturam núcleos profundos do self que são refletidos na autoimagem. São inquestionáveis e disfuncionais, compostos de memórias, emoções, cognições e sensações corporais.

Desenvolvidos durante a infância ou adolescência e elaborados através da trajetória de vida da pessoa, os Esquemas realizam uma série de manobras cognitivas, distorcendo o processamento de dados da realidade para que o Esquema se mantenha, pois eles são auto perpetuadores e resistentes a mudança, gerando transtornos mentais e muito sofrimento emocional, ativados por eventos significativos para a pessoa.

A Terapia focada nos Esquemas busca criar um ambiente mais positivo e produtivo, desenvolver relacionamentos satisfatórios, quebrar o ciclo de comportamentos destrutivos, superar sentimentos de insegurança e rejeição, energizar e transformar o seu dia a dia.



Tags: psicologia terapia cognitiva terapia do esquema  


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