Possivelmente você já ouviu falar de alguém que tentou suicídio ou que morreu devido a essa causa. Suicídio é o ato de tirar a própria vida, e tentativas de suicídios são meios com os quais a pessoa acredita que possa tirar a própria vida. Não é uma escolha. A maioria das tentativas de suicídios e dos óbitos por suicidio são relacionadas a algum Transtorno Mental. Ou seja, são doenças que podem matar, mas passíveis de tratamento. O número de pessoas que se suicidam no mundo já supera o número de mortes por homicídio.
O sofrimento causado pelos transtornos mentais pode ser tão intenso que a pessoa chega a pensar em morrer para aliviar a dor. Algumas pessoas encontram na possibilidade de morrer a solução final para situações que parecem insuportáveis ou para fugir de sentimentos ruins. A tentativa de suicídio é um pedido de ajuda. Não é uma escolha entre viver ou morrer, na maioria dos casos são doenças que podem e devem ser tratadas.
Pessoas com comportamentos suicidas (que pensam em morrer, que planejam a própria morte ou que já tentaram tirar a própria vida) geralmente carregam sentimentos de inutilidade, falta de esperança, baixa autoestima e desejo de desistir. Quando o indivíduo chega a este ponto de considerar o suicídio, é porque ele acredita que seus problemas são intoleráveis e intermináveis. Ele sente que não é capaz de suportar mais a situação que, para ele, não tem saída ou solução possível. No entanto, esse pensamento não é verdadeiro, é possível aliviar a dor com o tratamento adequado.
O suicídio não tem uma causa única, mas estima-se que a maioria dos casos está relacionado com a presença de Transtornos mentais como Episódios de depressão, uni e bipolar, esquizofrenia, transtorno de personalidade borderline, transtornos de ansiedade, e transtornos por uso de substâncias como o alcool. Doenças que podem ser tratadas.
É como uma pessoa com infarto do miocárdio, com muita dor no peito, que ao invés de procurar um pronto atendimento ou um atendimento para o coração decide morrer devido a dor. A dor da Depressão também deve ser tratada, a tentativa de suicídio é uma emergência médica, assim como o infarto. O preconceito e a desinformação sobre as doenças/transtornos mentais pode matar.É importante ressaltar que a depressão não é “frescura", “falta de coragem”, falta de Deus”, ” Fraqueza”, ou qualquer outra coisa. Depressão é uma doença e precisa de tratamento, assim como todos os demais transtornos mentais. Ninguém escolhe adoecer, ninguém escolhe estar deprimido.
São muitos mitos que ainda afastam as pessoas do tratamento adequado. A tentativa de suicídio é um pedido de ajuda. Não deve ser vista como uma forma de chamar a atenção, ou de manipulação ou ainda como um escolha. Deve ser sempre levada a sério. Como uma dor no peito.
Então como ajudar uma pessoa que está pensando em morrer ou que está tentando tirar a própria vida? O primeiro passo é oferecer a ajuda, mostrar que a pessoa não está sozinha, ouvir sem julgamento. No caso de alguém com Depressão, a pessoa precisa apenas falar, e ser acolhida. Não é preciso dar conselhos ou soluções para os possíveis problemas apresentados, naquele momento. Até porque os problemas não são de fato “o problema”, é a doença falando, é a doença dificultando uma avaliação clara da situação. Evite comparações, não é possível medir dor, falar de outras pessoas que sofrem mais ou menos também não irá ajudar. Apenas escute.
Como escutar? Podemos começar justamente por não julgar ou banalizar o sofrimento do outro.
As vezes, permitir que a pessoa fale dos problemas sem oferecer soluções prontas para que o outro aplique, não julgar desdenhando o sofrimento do outro ou pronunciando frases como: “como você se deixa abater assim?” “porque não faz desse jeito?” “pare de reclamar... você tem tudo”.
Doar tempo para escutar o outro. A vida é corrida, sim, estamos sempre atarefados mal damos conta de terminar nossas atividades. Mas pense que se uma pessoa te procurou p falar de seu sofrimento é porque esta pedindo ajuda. Você fara uma grande diferença apenas ouvindo.
Permita que ela fale livremente. Falar da dor emocional é um processo doloroso então, não a interrompa e não apresse .... Seja paciente.
Não faça comparações. Cada ser humano é um ser único. As comparações são danosas ao psiquismo. Sofrimento não se compara. Sofrimento se escuta e acolhe.
Não ofereça soluções prontas. Quem chegou num nível de sofrimento ao ponto de tirar sua própria vida precisa antes de tudo escuta e acolhimento para poder falar da sua dor. Elas não estão procurando solução eles procuram compreensão.
O segundo passo é oferecer ajuda, buscar atendimento. Se for preciso marque a consulta, acompanhe a pessoa até o atendimento. Caso não possa, deixe alguém responsável por isso, mas não deixe ela sozinha, certifique-se de que ela procurou por ajuda profissional. Nesse momento é importante que fique sob vigilância, para evitar novas tentativas de suicídio.
A busca de atendimento é fundamental. É importante procurar profissionais que sejam da confiança da família e do paciente, profissionais que trabalham com saúde mental. O tratamento será individualizado e indicado conforme o grau de gravidade. Essa avaliação é essencial pode ser feita por médicos, enfermeiros, psiquiatras e psicólogos. Após exclusão de causas clínicas ou do tratamento de possíveis sequelas da tentativa, o paciente deve ser encaminhado para um tratamento com foco no transtorno mental apresentado. O tratamento é sempre multidisciplinar e visa o bem estar do paciente e o alívio da dor psicológica. Existem muitas opções de tratamento, como o uso de medicação, a psicoterapia e técnicas de neuromodulação. O importante nesse momento é o acolhimento com profissionais treinados para promover a saúde e a vida em amplo sentido.