Psicóloga Mônica Zatta Tonial - Pato Branco/PR
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SILÊNCIO.... uma ferramenta para o autoconhecimento.

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  segunda, 30 de janeiro de 2023  
 

O Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa considera o silêncio como:

1. Ausência completa de som ou de ruído; calada.

2. Estado de quem se cala ou se abstém de falar.

3. Estado de quem se recusa a ou está impossibilitado de manifestar suas idéias, suas opiniões.

4. Qualidade ou caráter do que é tranquilo; calma, sossego.

Ao contrário do que possa parecer, muitas vezes o silêncio tem muito a dizer, carregando em sua aparente falta de palavras uma intensidade enorme de sentimentos, uma grande carga emocional, às vezes mais significativa do que uma enxurrada de palavras.

O silêncio pode acalmar, ferir, amparar ou violentar. Em algumas ocasiões pode trazer paz, em outras, tempestades. O silêncio também pode corresponder à reflexão, a um turbilhão de pensamentos pulsando dentro de nós.

Às vezes, o silêncio é solidão, vazio, dor e tristeza. Outras vezes, o silêncio é desistência, quando se chega à conclusão que não vale a pena insistir em algo ou alguém, tentar convencer, clamar por atenção e reciprocidade. Pode também significar desapego, libertação, livramento. Esvaziamento de algo que já não faz mais sentido.

Também pode o silêncio refletir felicidade, certezas, convicção e força. Sabermos os momentos certos para calarmos e guardarmos para nós aquilo que pensamos nos salva de problemas dispensáveis.

Nem sempre estamos prontos para expressar nossos pontos de vista, nem sempre conseguimos verbalizar o que queremos, o que temos dentro de nós e muitas vezes nos privamos de conflitos quando optamos por não falar.

O ideal seria que pensamento e palavras convivessem harmonicamente, de forma que um não atropelasse o outro ou a nós mesmos, colocando-nos em situações constrangedoras, por impulso. Palavras, após ditas, não voltam mais, deixando suas marcas.

Quando o silêncio tem o objetivo de calar sentimentos fortes, pode internalizar angústias e nos fazer mal, diminuindo nossa confiança e vitalidade. Quando, porém, é uma atitude pensada e voltada para o autocuidado, pode ser valioso e nos auxiliar a caminhar com mais leveza rumo aos nossos objetivos.

O silêncio é uma ferramenta importante de autoconhecimento em qualquer época da vida. 

Vivemos em um mundo inundado de estímulos, com muito ruído de todas as formas, não só sonoros. Então, no momento em que você consegue se silenciar, se fechar um pouquinho, ao se proteger um pouco de todos esses estímulos, e ficar um pouco quieto, na verdade, você está aprendendo a ficar com você mesmo. 

Parece difícil? Para algumas pessoas, é mesmo, pois o silêncio deixa tudo às claras.  O silêncio revela a solidão, revela o que estiver dentro do coração saudade, luto, tristeza. 

O silêncio é uma ferramenta potente para o autoconhecimento, pois nos permite entrar em contato com o nosso som interior que podem ser essenciais para encontrar soluções e respostas para as questões que nos afligem todos os dias. 

Se começarmos ver o silêncio como uma arte, tão importante quanto a criatividade, podemos encaixar todas as informações que recebemos e guardamos nas nossas “gavetas internas”, criando o nosso próprio conhecimento. 

Talvez seja importante inserir momentos de silêncio no nosso dia a dia. Pense nisso! Estar presente no que você está fazendo, principalmente no seu corpo, nas sensações. É um jeito muito legal de baixar esse volume pensante e excessivo. 

Escolha então momentos do dia em que você pode fazer atividades em silêncio e lembre-se de valorizar isso ao longo do dia. Não esqueça que: para ter silêncio, a gente precisa escolher o silêncio. Não espere o melhor horário, não precisa achar um espaço ideal, porque a vida vai sempre ocupar todos os espaços, portanto você tem de criar esse espaço.  

O silêncio é um ato de amor de nós para nós mesmos, é um ato de cuidado, de gentileza, de escuta, de confiança na nossa existência.  Que tal nos encorajar para mergulhar, praticar e criar esse lugar?

 

 

  



 


PORQUE MUDAR É TÃO DIFÍCIL...

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  segunda, 10 de outubro de 2022  
 

A sociedade atual está atravessando um processo de mudança em sua essência e mudar significa motivar-se para o movimento, isto é, nosso sistema nervoso deve trabalhar em nosso favor, compondo redes neurais que favoreçam a mudança de modo positivo.

Sendo assim, quando falamos em mudança, nos referimos a sair do conforto do conhecido e do habitual, seja em uma relação (social ou amorosa), trabalho ou mudanças físicas.

Porém, na verdade, somos bastante resistentes a mudança pela familiaridade que desenvolvemos com nosso padrão e nossas memórias já consolidadas, pois tais experiências nos provam a todo momento que permanecer no habitual é o correto.

Geralmente, o que nos é conhecido não precisa ser mudado, até que comece a causar algum sofrimento. Muitas perturbações psicológicas iniciam porque o indivíduo tem que se adaptar a uma nova condição, porém, isso precisa de disposição, além de tempo para investir em um processo de mudança.

Nossa memória tem um papel muito importante no nosso processo de mudança. Pois ela é responsável por decodificar, recuperar os eventos passados e lembrar os eventos futuros, tudo o que já faz parte do processo de memória só precisamos acessar, pois não existe a conscientização e planejamento do que fazer.

Nesse sentido, “um hábito é um tipo de memória consolidada sobre a qual nós temos menos consciência, ou seja, executamos algo a partir do piloto automático”.

Nosso cérebro é projetado para lidar com mudança, pois trata-se de um processo evolutivo, entretanto, quanto menos nos conscientizamos desse processo, menos intencional ele se torna e mais difícil ele fica.

Então, o processo de mudança fica prejudicado, uma vez que é mais difícil nos adaptarmos as demandas ou usar criatividade para chegar à resolução de um problema. Ficamos presos no mesmo padrão e procrastinamos a mudança.

Para exemplificar o q foi dito até agora, gostaria que você se imaginasse em um labirinto. Quanto mais você tenta acertar o caminho, mais em direção ao interior do labirinto você vai. Em um certo momento, você se sente estressado, ansioso, com medo e, muitas vezes, triste, pois todas as saídas parecem fechadas.

Dentro desse contexto, quando uma situação toma conta de sua vida é natural que as emoções venham à tona.

Agora, imagine viver em um constante labirinto. De um jeito ou de outro, você se adapta aquilo, porém, deixa de perceber qual é sua postura e não pensa como se houvesse um outro padrão. A dificuldade de mudar existe porque não refletimos sobre nossas atitudes, já que estamos no piloto automático.

A vida é feita de transformações e quanto mais resistimos a isso, mais difícil é a aceitação. Todas estas situações implicam em voltar suas energias para concretizá-las, ou seja, é preciso um investimento mental, sentimental e comportamental para tal.

Mudar requer um conjunto de habilidades emocionais e racionais, pois, assim, tais mudanças realmente serão profundas e não superficiais. O processo de mudança vai além de um processo emocional, ele é biológico e físico, já que envolve fatores que nem sempre partem da força de vontade. Basicamente, são pequenos passos que podemos dar diariamente focando a mudança desejada.

Sendo assim, para realizar mudanças é importante ter em mente um processo longo e, em alguns momentos, falhos. Dessa forma, vale saber que as condições memorizadas e familiares ao seu cérebro serão a força contrária ao objetivo. Por isso, comece a mudar mesmo que seja difícil, porque iniciar um processo pode lhe trazer a confiança para continuar.

Tudo bem falhar durante um processo de mudança. Tudo bem faltar coragem. Não é preciso culpar-se por isso, às vezes, nem tudo é preto no branco.

É preciso ter um objetivo específico para realizar a mudança. Seja uma semana, um mês ou um ano. Tente trazer para sua realidade. Se há uma dificuldade em executar uma tarefa, seja ela emagrecer ou melhorar sua comunicação em seu relacionamento, tenha claro que não será em dois dias que isso se construirá. Seja gentil com você mesmo.



 


VAMOS FALAR SOBRE AMIZADES TÓXICAS?

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  segunda, 19 de setembro de 2022  
 

É claro que bons relacionamentos interpessoais foram associados a uma maior percepção de felicidade e mais saúde ao longo da vida.

Hoje falaremos especificamente sobre um tipo de amizade que não gera bem-estar e muitas vezes está associado a emoções desagradáveis de se sentir, vamos falar sobre amizades tóxicas.

Os relacionamentos abusivos podem surgir tanto em relações amorosas, familiares quanto em amizades. Por isso é preciso estar atento e conhecer os sinais que indicam que um relacionamento está sendo abusivo para você.

O termo amizade tóxica é comumente utilizado para se referir a amizades que estão causando sofrimento. É importante destacar que essas relações podem afetar sua autoestima, seu estado mental e físico.

Precisamos ficar atentos a alguns sinais que possam nos indicar se estamos em uma amizade tóxica ou não.

Quando existe excesso de criticas, devemos nos perguntar: Qual o papel de um amigo? Dar apoio está entre eles, certo? Sabemos que críticas construtivas são importantes dentro de uma boa amizade, sempre utilizando respeito e empatia, entretanto, em amizades tóxicas, um sinal para se observar é o excesso de críticas e ausência de compreensão.

A imposição de uma única vontade pode fazer você se sentir que seus desejos e preferências não são atendidos, sendo que as vontades de seu amigo sempre prevalecem sobre as suas.

Em uma amizade tóxica pode haver muita competitividade. Seu amigo celebra suas conquistas com você ou tenta superá-las?

Muitas vezes você pode se sentir invalidado quando conta sobre seus problemas ou quando diz como você se sente em alguma situação. Há pouca troca e pode ser que você não receba atenção quando você fala.

Pode ser que haja ciúmes excessivo quando você está na companhia de outras pessoas, amigos ou familiares.

Cobranças excessivas de atenção, afeto e disponibilidade também podem existir nesse relacionamento.

Caso você tenha percebido que tem uma amizade que está te trazendo sofrimento, compreenda esses sinais e tome as decisões que fizerem mais sentido para você nesse momento.

Em uma amizade o diálogo é muito importante, você já tentou falar como se sente? Uma dica é que você evite utilizar rótulos e seja claro sobre o que você espera do outro.

Além disso, é importante que você estabeleça limites. Entenda o que é saudável para você e quais são os pontos específicos que estão prejudicando sua saúde física e emocional. É importante que você tenha clareza desses limites, para que você também possa colocá-los em suas relações.

Caso você já tenha tentado, mas perceba que atualmente o melhor seja se afastar dessa amizade, não se culpe por isso, a mudança dessa relação também depende da outra pessoa envolvida, de sua vontade e esforço. Às vezes se afastar é necessário!   

É importante ter uma amizade saudável, isso não quer dizer que não haverá conflitos ou desentendimentos, afinal, isso é normal e esperado em relacionamento. Porém, o que determina a qualidade dessa amizade é a forma de lidar com esses conflitos, a presença de reciprocidade, afeto e a empatia com o outro, fatores que faltam em uma amizade considerada tóxica.

Ter boas relações é muito importante e tem um impacto significativo em nossa qualidade de vida e sensação de bem-estar, sendo que a qualidade das nossas relações é muito mais significativa do que a quantidade de amigos em si. Por isso, o foco deve ser em desenvolver relações saudáveis! 

Sempre é importante lembrar que caso você precise de ajuda para lidar com amizades abusivas ou para desenvolver relações positivas, buscar auxílio profissional é uma opção, você não precisa lidar com isso sozinho!

 



 


O QUE SÃO PENSAMENTOS INVASIVOS

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  quarta, 07 de setembro de 2022  
 

Os pensamentos invasivos, são descontroles, pensamentos inadequados que surgem em nossas mentes e não conseguimos afastá-los com facilidade. Para a maioria das pessoas, os pensamentos invasivos são apenas um inconveniente passageiro que elas conseguem ignorar sem maiores dificuldades. Eles são pensamentos normais que ocorrem como forma do nosso cérebro interpretar riscos e se preparar para situações de perigo.

Certamente todos nós já experimentamos, em diferentes graus, algum tipo de pensamento invasivo. Às vezes eles podem se manifestar como aquele famoso “já pensou se…” e vários pensamentos absurdos surgem.

Nem todos pensamentos invasivos são perigosos, mas quando esses pensamentos são em sua esmagadora maioria negativos eles podem estar ligados a um medo ou experiência negativa, como um trauma que não foi processado. Esses pensamentos invasivos em grande frequência podem ser relacionados à ansiedade, já que procuram antecipar situações, podendo gerar preocupações desnecessárias e nervosismo.

O estresse e pensamentos negativos podem se misturar na sua cabeça e fazer uma bagunça nos seus pensamentos. Por isso é tão difícil manter esses pensamentos sob controle. Parece que, quanto mais tentamos não pensar, mais facilmente eles aparecem. E quando estamos sob estresse, eles surgem com maior facilidade.

Todos somos fisgados por pensamentos inesperados que às vezes grudam na nossa cabeça. Então, todos estamos sujeitos ao descontrole do pensamento.

Esses pensamentos em geral abordam temas sensíveis ou polêmicos, de origem sexual ou violenta, é comum que as pessoas sintam vergonha e não contem para médicos, psicólogos ou outras pessoas.

Precisamos exercitar o lembrete de que, pensamentos são só pensamentos, não significa que sejam verdadeiros, eles não retratam a realidade.

De forma geral, todos nós temos pensamentos invasivos, porém quando eles trazem ideias assustadoras, pensamentos violentos e preocupações excessivas, eles podem sinalizar que algo na nossa saúde mental não está bem.

Quando esses pensamentos estão ligados a algum tipo de alteração mental, eles são mais perigosos e prejudiciais, impactando na vida e bem estar da pessoa.

Porém, é importante ressaltar um detalhe: é impossível controlar absolutamente todos nossos pensamentos. É preciso lembrar que esses pensamentos não são necessariamente um reflexo do nosso ser. Ao dar importância para esses pensamentos, estamos de certa forma convidando o nosso cérebro a ficar remoendo esses pensamentos inadequados.

Se você percebe que pensa frequentemente em certos problemas a fim de buscar soluções, não é necessário se preocupar. É normal que nossos pensamentos “andem em círculos” ao redor de uma questão a ser resolvida. Porém, quando esses pensamentos repetitivos não vão a lugar nenhum ou causam sofrimento desnecessário, é um sintoma que esses sejam pensamentos invasivos.

Esses pensamentos na grande maioria das vezes não trazem soluções, apenas trazem preocupações e sensações ruins. São temores que geram mais inquietações, causando desconforto e ansiedade. Por isso, buscar ajuda de um profissional da saúde mental é muito importante.

Dito isso, pensamentos invasivos causam uma extrema autocrítica e apresentam interpretações terríveis sobre o que pode acontecer. É normal que, junto aos demais desconfortos, sentimentos como vergonha e baixa autoestima surjam também.

É comum que, ao ter esses pensamentos, as pessoas tentem evitar as situações que causam o seu surgimento. Essa é uma tática ruim para lidar com este problema, tendo em vista que não busca uma solução.

Ao identificar esses padrões, é fortemente aconselhável buscar a ajuda da psicoterapia para decidir qual a melhor forma de abordar um tratamento para os pensamentos invasivos, priorizando a qualidade de vida da pessoa.

Os sintomas dos pensamentos invasivos podem estar ligados à ansiedade, depressão, bipolaridade, transtorno obsessivo compulsivo – TOC, transtorno de estresse pós trauma – TEPT. Esses pensamentos podem se manifestar de diversas maneiras:

  • Envolver o medo de se machucar, ou ferir outra pessoa, propositalmente ou não;
  • Fantasias perturbadoras e inadequadas, inclusive sobre atividades sexuais;
  • Pensamentos violentos envolvendo morte ou suicídio;
  • Pensamentos trágicos relativos a si mesmo ou conhecidos;
  • Preocupação constante com detalhes como trancar portas ou manter as coisas organizadas;
  • Repetição de rituais que trazem alívio após serem executados;
  • Medo excessivo de contrair ou transmitir doenças;
  • Necessidade exagerada de limpeza, organização e simetria.

Experimentar esses pensamentos em um grau menor não é motivo para preocupação. Porém, se são recorrentes e trazem desconforto, é necessário vencer a vergonha de admitir a sua existência e procurar ajuda profissional.

Exatamente por este motivo, a ajuda profissional de um psicólogo é tão indicada para o tratamento das questões que possam estar por trás das origens desses pensamentos invasivos.

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é a mais indicada para esse tipo de problema. Através das técnicas terapêuticas, a terapia vai ajudar a pessoa a encarar os pensamentos invasivos. Uma grande parte da terapia consiste em identificar os gatilhos desses pensamentos invasivos e ensinar maneiras saudáveis e eficazes de responder a eles.

A psicoterapia vai ajudar a encontrar os melhores caminhos para aprofundar sua autoconfiança e proporcionar formas saudáveis e efetivas de enfrentar esses pensamentos.

Certifique-se que está adicionando hábitos saudáveis à sua rotina e mantenha a terapia em dia! Com a ajuda de um psicólogo, você vai aprender como lidar com pensamentos invasivos, identificando as causas e encontrando soluções para enfrenta-los.

Portanto, investir na psicoterapia é fundamental! Lembre-se que o tratamento, assim como em qualquer outro tratamento psicológico exige paciência, participação e engajamento.



 


Técnica mnemônica A.C.A.L.M.E.-S.E. - para lidar com a ansiedade / ataques de pânico

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  domingo, 10 de julho de 2022  
 

A técnica mnemônica A.C.A.L.M.E-S.E é usada como uma ferramenta para lidar com os pensamentos e sensações que ocorrem durante um Ataque de Pânico.

A técnica foi desenvolvida por Bernard Rangé, psicólogo clinico voltado para a terapia cognitivo comportamental, que considera que o mal estar do indivíduo durante o Ataque de Pânico como o medo de morrer sufocado ou de ataque cardíaco, ou medo de perder o controle ou ficar louco e até desmaiar, na verdade são consequências dos pensamentos que o indivíduo tem a partir de suas sensações. 

E a maior evidência disso é que essas sensações nunca foram ou são confirmadas.

Cada letra da palavra A.C.A.L.M.E.-S.E. representa um passo necessário para o manejo adequado de uma situação percebida como ameaçadora, como a iminência de novas sensações corporais.

É importante lembrar que só é possível considerar os sintomas ou sensações como uma crise de Ansiedade ou de Pânico após avaliação clínica para afastar qualquer problema fisiológico.

 

A - Aceite a sua ansiedade.

No dicionário o significado da palavra aceitar é “consentir em receber”. Concorde em receber as suas sensações de ansiedade. Mesmo que possa parecer um absurdo no momento, aceite as sensações em seu corpo.

Não brigue com essa emoção, nem tente evitar. Só aceita.

Imagine que é uma visita que chegou em sua casa ou no seu trabalho, alguém que você não gosta. Que assim como chega, vai embora.

Fingir que nada está acontecendo, ou ficar irritado por estar assim, ou ainda tentar não se sentir assim só prolongará o desconforto.

Pense no visitante, ele está ali, não dá para negar, ficar irritado não fará ele ir embora, fugir de casa também não.

 

C - Contemple as coisas à sua volta.

Use os órgãos dos sentidos para avaliar o ambiente. Veja cores, formatos, odores, consistência... Preste atenção no que está ao seu redor.

Não olhe para dentro, olhe para fora, você não é a sua ansiedade.

Você vê cores, sente cheiros, toca objetos, você é mais do que o que você está sentindo nesse momento.

Aceite e sinta a ansiedade, mas lembre-se que você não é ela. Seja um observador, do externo e do interno. Sem julgamento. Apenas sinta, olhe, contemple.

A - Ação - Aja com sua ansiedade.

Continue o que você estava fazendo quando os sintomas iniciaram, mesmo que seja necessário manter um ritmo menor, mantenha a atividade.

Mantenha a ação.

Não fuja. Não paralise.

Logo passa, já passou outras vezes.

Logo o visitante irá embora.

Continue agindo, no seu ritmo, mesmo que devagar!

 

L - Libere o ar de seus pulmões, bem devagar!

Respire de forma profunda e lenta.

A forma ideal de respirar pode ser definida por você, gostaria de sugerir 2 técnicas:

1) Puxe o ar pelo nariz e solte pela boca, devagar, em 3 segundos (conte 1001, 1002, 1003), segure o ar por 3 segundos (contando novamente 1001, 1002, 1003), solte o ar em 6 segundos (contando 1001, 1002, 1003, 1004, 1005, 1006). É bom contar com o 1000 junto para dar 1 segundo em cada número.

2) Puxe o ar pelo nariz e solte pela boca, devagar, em 5 segundos (conte 1001, 1002, 1003, 1004, 1005), e solte o ar em 5 segundos (contando 1001, 1002, 1003, 1004, 1005). Encha o pulmão lentamente até a barriga levantar, até deslocar o diafragma, e depois solte lentamente.

O importante é respirar de forma lenta e profunda, como conseguir ou como se adaptar melhor.

 

M - Mantenha os passos anteriores.

Continue.

Aceitando a ansiedade.

Contemplando o ambiente externo.

Agindo na velocidade em que conseguir, mantendo as tarefas.

Liberando o ar dos pulmões lentamente.

Repita cada um, passo a passo.

 

E- Examine seus pensamentos.

Avalie o que você está pensando.

Se há motivos reais para Pânico ou Ansiedade.

Nem tudo o que pensamos é verdadeiro.

Você já passou por isso outras vezes.

O visitante desagradável já esteve presente e foi embora outras vezes.

 

S - Sorria, você conseguiu!

Você passou por isso!

Você conseguiu!

O visitante desagradável foi embora.

 

E - Espere o futuro com aceitação.

Ter Ansiedade é normal.

Todo mundo tem Ansiedade. É uma emoção necessária para nos preparar para situações novas ou inusitadas.

Caso a Ansiedade provoque sintomas, ou caso tenha novas crises de Pânico.

Pense que você já lidou com isso outras vezes. Que vai passar, como já passou.

Lembre-se do visitante inesperado, ele vai embora. Ele não é você.

Não sofra por antecedência, quando e se acontecer você já sabe como lidar com tudo isso!



 


Psicologia x Psiquiatria

Autor: Monica Zatta Tonial - Psicq saúde mental,  Postado em:  domingo, 03 de julho de 2022  
 

Psicólogos e psiquiatras são profissionais de saúde habilitados para tratar de questões psíquicas e mentais.

A psicologia e a psiquiatria são duas áreas da saúde mental que se complementam. O acompanhamento das duas técnicas para pacientes que possuem algum sinal de transtorno mental é essencial para buscar melhores alternativas de tratamento. Apesar de possuírem esses encontros, são áreas distintas que possuem divergência de técnicas e modelos terapêuticos.

Primeiramente, é preciso definir que a psicologia e a psiquiatria possuem parâmetros opostos durante a sua formação como profissional. Isso porque na graduação em psicologia, os psicólogos trabalham o comportamento e processos mentais, como emoções, sentimentos, razão e pensamentos. Através de conversas e técnicas psicoterápicas variadas.

O psicólogo também possui o treinamento para atuar com técnicas psicodinâmicas que contribuirão para que o paciente possa se autoconhecer e, como consequência, consiga entender seus conflitos internos, seus pensamentos, seus sentimentos e seu comportamento. Além disso, o profissional formado em psicologia não está permitido a medicar o paciente, pois não possuem estudo sobre medicamentos, como o profissional de psiquiatria.

O psiquiatra possui graduação em medicina e posteriormente realiza residência ou especialização na área da psiquiatria. Como formação médica, o psiquiatra possui um amplo conhecimento sobre a parte biológica e física do paciente. Por isso é habilitado a diagnosticar disfunções e transtornos mentais, como por exemplo, depressão, esquizofrenia, bipolaridade e ansiedade.

O psiquiatra, por conhecer as atividades neurais e cerebrais do indivíduo, estará habilitado a prescrever os medicamentos adequados para a pessoa que está passando por um período de fragilidade na saúde mental. Além de que o psiquiatra na sua formação possui um amplo conhecimento sobre medicações, sabendo quais serão os efeitos que um medicamento pode causar no indivíduo que está em fase de tratamento.

Apesar de possuírem metodologias de tratamento e diagnósticos diferentes, são duas profissões extremamente complementares. As duas possuem como dever compreender e colaborar com a saúde mental dos indivíduos e podem ser efetivas para o tratamento completo de pacientes que possuem algum distúrbio.

Um paciente que está à procura de resolver algum transtorno mental e primeiramente resolve procurar um psicólogo terá um tratamento voltado para a compressão de seus conflitos internos, entrando em contato com seus pensamentos e sentimentos. Caso o psicólogo entenda que apenas este tratamento não está sendo eficaz, pode encaminhar o paciente diretamente para um psiquiatra que realizará um diagnóstico do distúrbio e poderá receitar um medicamento adequado.

Como pode acontecer ao contrário. Os medicamentos não são capazes de promover o alivio dos sintomas do paciente. Sendo assim, um psiquiatra pode recomendar o tratamento acompanhado de com um psicólogo. O profissional será capaz de entender o que está acontecendo com o paciente.

Sendo assim, pode-se dizer que a psicologia e psiquiatria são atividades que andam de mãos dadas. É errôneo separar a emoção da anatomia, bioquímica, fisiologia dos seres humanos. Os dois tratamentos, quando aliados, podem garantir a manutenção de uma saúde mental com mais qualidade e resultados mais duradouros para o paciente.



 


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