Psicóloga Mônica Zatta Tonial - Pato Branco/PR
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JOGOS ELETRÔNICOS – VILÕES OU HERÓIS?

Autor: Psicq - Saúde Mental,  Postado em:    
 

    Com o grande avanço tecnológico das últimas décadas, a internet e os jogos eletrônicos tornam-se cada vez mais populares. Os jogos, passaram a ser uma das mais importantes atividades de lazer para as crianças e adolescentes, até para alguns adultos. Sabe-se que o maior risco de dependência de jogos online ocorre entre jovens e pessoas do sexo masculino.
    Nesse contexto, vale ressaltar que existe a participação humana no universo online: nossa cognição, que é um conjunto de funções desenvolvidas pelo cérebro que identificam conceitos, o relacionamento que temos com a vida, enfim são todas as trocas que o cérebro faz com o meio em que vivemos.
    Na vida real, temos os telefones que se tornaram smart, é como se houvesse uma película de inteligência artificial aplicada sobre esse equipamento. Também temos smart TV, carros que estão se tornando smart, até as casas estão se adaptando ao modelo smart e finalmente temos as cidades inteligentes. O meio com que fazemos trocas está cada vez mais artificial, cada vez menos real. Existem vantagens tecnológicas que nos permitem viver de uma forma confortável, que facilitam o aprendizado e a interação social. No entanto, ainda somos humanos.
    Somos os mesmos humanos que viviam nas cavernas, mas agora com Wi-fi e ar condicionado. Não somos smart, na verdade podemos até estarmos perdendo habilidades na troca com um meio tão tecnológico, que não necessita esforço intelectual para que exista interação.
    Vale lembrar que o cérebro só atinge a sua completa maturação a partir dos 21 anos de idade, ou seja, até essa idade ainda está aprendendo, ainda pode ser moldado. A exposição excessiva a tecnologia nesse período é ruim. Biologicamente esses indivíduos não apresentam controle  adequado sobre os impulsos, mesmo com orientações sobre os malefícios. O freio comportamental que nos ajuda a regular os comportamentos de risco, o que acontece na vida adulta, não está ainda totalmente instalado, fazendo com que a geração digital se torne mais vulnerável ao risco da dependência tecnológica.
    O conceito de Dependência dentro da idéia de jogos eletrônicos é muito novo, segundo a psicóloga Kimberly Young os sinais de que o uso dos jogos online podem estar causando prejuízo são:
- Preocupação excessiva com alguns temas ligados a internet - Desliga o jogo mais continua pensando em estratégias ou no prejuízo que pode ter por não estar jogando naquele momento;
- Sintomas de abstinência quando o jogo é restrito, pode apresentar ansiedade, irritação;
- Necessidade de aumentar o tempo online para obter satisfação;
- Tentativas fracassadas de diminuir o tempo na internet;


- Perda de interesse em passatempos fora da Internet ou em atividades que antes gostava de fazer, como sair com amigos ou jogar futebol;
- Mostrar irritabilidade quando o acesso a rede é restringido;
- Permanecer mais tempo conectado que o programado;
- Apresentar prejuízo nas relações interpessoais, no trabalho, na família, com os amigos e mesmo assim não conseguir reduzir o tempo de jogos;
- Mentir a respeito de horas online, para a família, para o terapeuta e as vezes para si mesmo. Pode contar que ficou apenas alguns minutos que na verdade foram horas.
- Usar jogos na internet para evitar ou para aliviar sintomas de depressão ou de irritação.

    Algumas intervenções se mostraram eficazes nesse contexto, como a psicoeducação quanto a possibilidade de Dependência relacionada à jogos, expondo riscos e prejuízos e a imposição de limites para o uso de tecnologias. Esses limites podem ser individualizados, mas é importante que sejam aplicados gradualmente, com redução do tempo dos jogos e em alguns casos restrição de jogos específicos.
    Muitos casos de dependência tecnológica aparecem associados a outros transtornos psiquiátricos como depressão, fobia social, transtorno bipolar e déficit de atenção e hiperatividade. A avaliação individual é capaz de identificar possíveis comorbidades e indicar o melhor tratamento; ela pode ser feita por um psicólogo ou por um médico psiquiatra.
    O tratamento envolve mudanças psicossociais e acompanhamento psicoterapeutico, em alguns casos pode ser necessário o uso de medicação. As intervenções psicoterápicas podem ser individuais para maiores de 18 anos e também intervenções familiares, indicadas para menores de idade. As intervenções em terapia cognitiva comportamental são as que se mostram com mais efetividade no tratamento da dependência tecnológica.



Tags: #psicologia #psiquiatria  


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